A TEMPESTADE E AS
GAIVOTAS – Confiança
– Fé – Valor da prece
Malba Tahan
Gigantesco transatlântico
deixava, um dia, o porto de partida, e, como todos os navios que partem, era
escoltado por uma nuvem de gaivotas prateadas. Ao fim de meia hora de viagem, o
tempo tornou-se ameaçador. Um vento violento levantava ondas de espuma. Esboçava-se
no céu uma tempestade tremenda. Ora, ainda que, lutando com toda a força de
suas máquinas contra os elementos desencadeados, o possante navio avançava,
penosamente, entre as vagas agitadas.
“Pobres avezinhas”, dizia um viajante
que olhava do tombadilho as gaivotas e as lastimava. “As nossas máquinas, que representam
milhares de cavalos-vapor, com dificuldade resistem à tempestade. Como podem
vocês, com as suas débeis asas, lutar contra o tufão, desamparadas no céu?”.
E, de repente, aquele homem que
tão compadecido se mostrava das avezinhas do mar, ficou atônito. É que as
pequeninas gaivotas, estendendo as asas que o Criador do Universo lhes deu,
abandonaram o navio na procela e ergueram-se acima da tempestade, passando a
voar numa região serena do céu.
Enquanto isso, o homem, com sua presunçosa
ciência, lutava penosamente, para resistir à fúria dos elementos.
Repara bem, meu amigo. Esse navio
é o homem que pretende lutar, unicamente, com meios próprios. As asas das
gaivotas são as mãos débeis de quem ora.
Pelas asas
poderosas da prece eleva-se o homem acima das tempestades da vida e pode voar,
placidamente, como as gaivotas ligeiras, numa região que jamais será atingida
pelos vendavais das paixões.
Extraído do livro: “A
luz dissipa as trevas” – Volume I
Paulo Daltro de
Oliveira – páginas23 e 24
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