segunda-feira, 31 de agosto de 2020

A TEMPESTADE E AS GAIVOTAS – Confiança – Fé – Valor da prece

 

A TEMPESTADE E AS GAIVOTAS – Confiança – Fé – Valor da prece

Malba Tahan

 

Gigantesco transatlântico deixava, um dia, o porto de partida, e, como todos os navios que partem, era escoltado por uma nuvem de gaivotas prateadas. Ao fim de meia hora de viagem, o tempo tornou-se ameaçador. Um vento violento levantava ondas de espuma. Esboçava-se no céu uma tempestade tremenda. Ora, ainda que, lutando com toda a força de suas máquinas contra os elementos desencadeados, o possante navio avançava, penosamente, entre as vagas agitadas.

“Pobres avezinhas”, dizia um viajante que olhava do tombadilho as gaivotas e as lastimava. “As nossas máquinas, que representam milhares de cavalos-vapor, com dificuldade resistem à tempestade. Como podem vocês, com as suas débeis asas, lutar contra o tufão, desamparadas no céu?”.

E, de repente, aquele homem que tão compadecido se mostrava das avezinhas do mar, ficou atônito. É que as pequeninas gaivotas, estendendo as asas que o Criador do Universo lhes deu, abandonaram o navio na procela e ergueram-se acima da tempestade, passando a voar numa região serena do céu.

Enquanto isso, o homem, com sua presunçosa ciência, lutava penosamente, para resistir à fúria dos elementos.

Repara bem, meu amigo. Esse navio é o homem que pretende lutar, unicamente, com meios próprios. As asas das gaivotas são as mãos débeis de quem ora.

Pelas asas poderosas da prece eleva-se o homem acima das tempestades da vida e pode voar, placidamente, como as gaivotas ligeiras, numa região que jamais será atingida pelos vendavais das paixões.

 

Extraído do livro: “A luz dissipa as trevas” – Volume I

Paulo Daltro de Oliveira – páginas23 e 24




 

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