segunda-feira, 30 de novembro de 2020

PALAVRAS DE UM FILHO QUE NÃO NASCEU – Aborto – Defesa da vida – Maternidade

 

PALAVRAS DE UM FILHO QUE NÃO NASCEU – Aborto – Defesa da vida – Maternidade

 

Minha mãe, por que a senhora não me deixou nascer? Eu queria tanto, mãezinha!

Lutei, trabalhei, empenhei-me para conseguir a autorização para renascer.

E a senhora comprometeu-se comigo; comigo e com Deus.

Como fiquei alegre, no dia em que a senhora, em espírito, ao lado de papai, concordou em receber-me na intimidade do seu lar. Eu ansiava pelo esquecimento, desejava novo corpo que me possibilitasse resgatar meus erros doe passado. Planejava um futuro de luz. Na verdade, minha vida estaria marcada por provas e testemunhos redentores. Mas eu me preparei, confiante no seu amor!

E no momento em que eu mais necessitei, a senhora me assassinou!

Por que mãezinha?! Por quê?!!!

Quando a senhora me sentiu no santuário de seu ventre, mudou de conduta, de comportamento. E começou a torturar-me. Seus pensamentos de revolta, que ninguém ouvia, retumbavam em meus ouvidos incipientes, quais gritos lancinantes, que me afligiam muito. Os cigarros que a senhora fumava, muitas vezes me intoxicavam. Seu nervosismo, fruto da sua insatisfação eram-me verdadeiras chicotadas.

Quando decidiu abortar-me, aconteceu uma coisa interessante: a senhora querendo me expulsar de seu ventre e eu lutando para nele permanecer.

Por que a senhora fechou os ouvidos à voz da consciência que lhe pedia compaixão e serenidade?

Por que anestesiou os sentimentos, a ponto de esquecer-se de que eu portava um universo de bênçãos e alegrias para você?

Seria o filho obediente e amoroso. Trazia recursos que lhe facilitariam a existência nos últimos anos de sua presença na Terra.

Mas a senhora não quis. E veja a consequência: eu, atormentado por não renascer, e a senhora, doente, triste, intranquila. Sua mente, acicatada pela aflição e seus sonhos, povoados de pesadelos.

Por que, mãezinha, a senhora não me deixou nascer?

“Ainda é cedo”, pensava. “Quero gozar a vida, passear, divertir-me, viajar. Filhos, só depois!”

Mas filho algum chega a momento inadequado. As leis da vida são sábias, e ninguém nasce por acaso.

Mas, pelo muito amor que lhe tenho, estou pedindo a Deus misericórdia, em seu favor. Ouso mesmo, interceder para que a senhora alcance a bênção de reequilíbrio, a fim de que, num futuro próximo, nós estejamos juntos, eu, em seu ventre, e a senhora, como sempre, em meu coração. Eu, me alimentando na fonte de sua vitalidade e a senhora fortalecendo-se na gratidão de meus mais puros sentimentos.

Mãezinha, por favor, não repita seu ato premeditado, irrefletido.

Quando sentir, de novo, alguém batendo às portas do seu coração, sou eu, o filho renegado, que voltou para viver e ajuda-la a ser feliz.

Mãezinha, não se esqueça de mim, não me abandone, não me expulse, não me mate de novo, preciso renascer.

 

Mensagem recebida no Grupo Espírita Fabiano

Rio de Janeiro/RJ

 

Texto retirado do livro: “A luz dissipa as trevas”

de Paulo Daltro de Oliveira

Páginas 131 a 133




 

 

 

 

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