PALAVRAS DE UM FILHO
QUE NÃO NASCEU – Aborto – Defesa da vida – Maternidade
Minha mãe, por que a senhora não
me deixou nascer? Eu queria tanto, mãezinha!
Lutei, trabalhei, empenhei-me
para conseguir a autorização para renascer.
E a senhora comprometeu-se
comigo; comigo e com Deus.
Como fiquei alegre, no dia em que
a senhora, em espírito, ao lado de papai, concordou em receber-me na intimidade
do seu lar. Eu ansiava pelo esquecimento, desejava novo corpo que me
possibilitasse resgatar meus erros doe passado. Planejava um futuro de luz. Na
verdade, minha vida estaria marcada por provas e testemunhos redentores. Mas eu
me preparei, confiante no seu amor!
E no momento em que eu mais
necessitei, a senhora me assassinou!
Por que mãezinha?! Por quê?!!!
Quando a senhora me sentiu no
santuário de seu ventre, mudou de conduta, de comportamento. E começou a
torturar-me. Seus pensamentos de revolta, que ninguém ouvia, retumbavam em meus
ouvidos incipientes, quais gritos lancinantes, que me afligiam muito. Os
cigarros que a senhora fumava, muitas vezes me intoxicavam. Seu nervosismo,
fruto da sua insatisfação eram-me verdadeiras chicotadas.
Quando decidiu abortar-me,
aconteceu uma coisa interessante: a senhora querendo me expulsar de seu ventre
e eu lutando para nele permanecer.
Por que a senhora fechou os
ouvidos à voz da consciência que lhe pedia compaixão e serenidade?
Por que anestesiou os
sentimentos, a ponto de esquecer-se de que eu portava um universo de bênçãos e
alegrias para você?
Seria o filho obediente e amoroso.
Trazia recursos que lhe facilitariam a existência nos últimos anos de sua
presença na Terra.
Mas a senhora não quis. E veja a
consequência: eu, atormentado por não renascer, e a senhora, doente, triste,
intranquila. Sua mente, acicatada pela aflição e seus sonhos, povoados de
pesadelos.
Por que, mãezinha, a senhora não
me deixou nascer?
“Ainda é cedo”, pensava. “Quero
gozar a vida, passear, divertir-me, viajar. Filhos, só depois!”
Mas filho algum chega a momento
inadequado. As leis da vida são sábias, e ninguém nasce por acaso.
Mas, pelo muito amor que lhe
tenho, estou pedindo a Deus misericórdia, em seu favor. Ouso mesmo, interceder
para que a senhora alcance a bênção de reequilíbrio, a fim de que, num futuro
próximo, nós estejamos juntos, eu, em seu ventre, e a senhora, como sempre, em
meu coração. Eu, me alimentando na fonte de sua vitalidade e a senhora
fortalecendo-se na gratidão de meus mais puros sentimentos.
Mãezinha, por favor, não repita
seu ato premeditado, irrefletido.
Quando sentir, de novo, alguém
batendo às portas do seu coração, sou eu, o filho renegado, que voltou para
viver e ajuda-la a ser feliz.
Mãezinha, não se esqueça de mim,
não me abandone, não me expulse, não me mate de novo, preciso renascer.
Mensagem recebida no Grupo Espírita Fabiano
Rio de Janeiro/RJ
Texto retirado do
livro: “A luz dissipa as trevas”
de Paulo Daltro de
Oliveira
Páginas 131 a 133
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