terça-feira, 17 de novembro de 2020

SOBREVIVÊNCIA – Convivência social – Limites da liberdade

 

SOBREVIVÊNCIA – Convivência social – Limites da liberdade

Autor desconhecido

 

Durante a Era Glacial, quando parte do globo terrestre esteve coberta por densas camadas de gelo, muitos animais não resistiram ao frio intenso e morreram, indefesos, por não se adaptarem às condições do clima hostil.

Foi, então, que uma grande manada de porcos-espinhos, numa tentativa de se proteger e sobreviver, começou a se unir, a juntar-se mais e mais. Assim, cada um podia sentir o calor do outro e, todos juntos, bem unidos, agasalhavam-se mutuamente, aqueciam-se, enfrentando, por mais tempo, aquele inverno tenebroso.

Porém, vida ingrata, os espinhos de cada um começaram a ferir os companheiros mais próximos, justamente aqueles que lhes proporcionavam mais calor, aquele calor vital, questão de vida ou morte. E afastaram-se feridos, magoados, sofridos. Dispersaram-se, por não suportarem por mais tempo os espinhos dos seus semelhantes. Doíam muito...

Mas não foi a melhor solução. Afastados, separados, logo começaram a morrer congelados. Os que não morreram, voltaram a se aproximar, pouco a pouco, com jeito, com precauções, de tal forma unida, que cada qual conservava certa distância do outro, mínima, mas o suficiente para conviver sem ferir, para sobreviver sem magoar, sem causar danos recíprocos. Assim, suportaram-se, resistiram à longa Era Glacial. Sobreviveram.

*  *  *

Nascer, á fácil, viver é fácil, morrer é fácil. Difícil é conviver.

Texto retirado do livro: “A luz dissipa as trevas”

de Paulo Daltro de Oliveira

Páginas 115 e 116




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