SOBREVIVÊNCIA
– Convivência social – Limites da liberdade
Autor desconhecido
Durante a Era Glacial, quando
parte do globo terrestre esteve coberta por densas camadas de gelo, muitos
animais não resistiram ao frio intenso e morreram, indefesos, por não se
adaptarem às condições do clima hostil.
Foi, então, que uma grande manada
de porcos-espinhos, numa tentativa de se proteger e sobreviver, começou a se
unir, a juntar-se mais e mais. Assim, cada um podia sentir o calor do outro e,
todos juntos, bem unidos, agasalhavam-se mutuamente, aqueciam-se, enfrentando,
por mais tempo, aquele inverno tenebroso.
Porém, vida ingrata, os espinhos
de cada um começaram a ferir os companheiros mais próximos, justamente aqueles
que lhes proporcionavam mais calor, aquele calor vital, questão de vida ou
morte. E afastaram-se feridos, magoados, sofridos. Dispersaram-se, por não
suportarem por mais tempo os espinhos dos seus semelhantes. Doíam muito...
Mas não foi a melhor solução.
Afastados, separados, logo começaram a morrer congelados. Os que não morreram,
voltaram a se aproximar, pouco a pouco, com jeito, com precauções, de tal forma
unida, que cada qual conservava certa distância do outro, mínima, mas o
suficiente para conviver sem ferir, para sobreviver sem magoar, sem causar
danos recíprocos. Assim, suportaram-se, resistiram à longa Era Glacial.
Sobreviveram.
*
* *
Nascer, á fácil, viver é fácil, morrer é
fácil. Difícil é conviver.
Texto retirado do
livro: “A luz dissipa as trevas”
de Paulo Daltro de Oliveira
Páginas 115 e 116
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