quarta-feira, 20 de março de 2024

NUVEM BRANCA - Reencarnação

 

NUVEM BRANCA

Num cantinho de um céu azul, havia uma nuvem branca, que vivia muito sozinha.

Nuvem Branca não gostava de se juntar às outras nuvens, porque sabia que muitas nuvens juntas formavam a chuva. Ela não queria transformar-se em chuva, embora soubesse que sua função era essa.

Nuvem Branca pensava assim por ser muito novinha. Queria antes descer um pouco, ver a terra de perto, as crianças, as árvores, os bichos, que de lá de cima pareciam tão pequeninos e atrapalhados.

Um dia, enquanto se espreguiçava no céu, aquecida pelo sol, viu duas pipas de papel que tremiam, presas aos fios. Ela sabia que elas vinham da terra e que lá embaixo, mãozinhas de crianças seguravam a linha.

- Elas devem saber muita coisa da terra, pois vêm de lá. – pensou a nuvem, aproximando-se contente para conversar com elas.

Porém, mal as pipas a viram, puseram a se sacudir nervosas nas pontas dos fios.

- Pare aí, não chegue perto de nós! – gritaram elas.

A coitadinha da nuvenzinha, que não contava com aquilo, ficando sem graça.

- Não cheque muito perto, você pode nos molhar, o nosso papel de seda fica mole, rasga-se, as crianças choram e não querem mais saber de nós, jogando-nos no lixo.

- Mas eu não ia chegar muito perto de vocês... - murmurou a nuvem triste, sem se conformar de ser feita de vapor de água.

Enquanto isso, as crianças lá embaixo começaram a enrolar os carreteis e as pipas foram descendo depressa, agitando no ar as caudas de papel.

- Eu bem que gostaria de descer também. – suspirou a nuvem, vendo-as sumirem.  – Como seria bom se eu estivesse amarrada à ponta de um fio e as crianças fossem me puxando devagarinho para a terra.

Nesse momento, veio o vento dizendo:

- Vou descer! Vou descer! Quem quer vir comigo? – gritava o vento, como sempre.

A nuvenzinha, que costumava recusar o convite, desta vez decidiu-se.

- Eu vou junto com você. – disse ela.

E deixando-se levar pelo vento, descendo cada vez mais, podia ver as árvores, a grama que se estendia como tapete e ...Oh! Maravilha! Viu-se de repente refletida nas águas tranquilas de um lago.

- Como sou bonita! – falou ela satisfeita. – Não sabia que eu era assim tão branquinha.

Agora estava mais perto ainda. Viu carros correndo pelas estradas, levantando poeira e, mais adiante, num campo, viu um grupo de crianças brincando. Os passarinhos cantavam tão felizes que a nuvenzinha sentiu até vontade de dançar.

- A terra é linda! – pensou.

E, ao invés de continuar correndo pelo céu, parou e ficou vendo as crianças brincarem. Mas o seu corpo de vapor escondeu o sol e uma sombra fria caiu sobre o campo. Os passarinhos procuraram abrigo.

- Vai chover! – disseram elas.

As crianças pararam de brincar e foram embora.

E a nuvem, ao ver tudo aquilo, ficou tristonha e pessimista, a pensar.

- Será que só trago tristeza e desolação à Terra? Não entendo porque sou feita de vapor de água. Não me conformo com a ideia de só levar tristeza à Terra. Quando cheguei, os passarinhos se esconderam, as crianças pararam de brincar, a Terra ficou escura e feia.

- Sua tolinha. – riam as outras nuvens -, isso é temporário. Depois vem o sol e tudo se alegra de novo. Olha aqueles campos que você viu, só estavam assim verdinhos porque foram regados por nós. Os passarinhos estavam cantando porque foram alimentados com as frutas que nós ajudamos a amadurecer. Aquelas crianças estavam felizes porque estavam bem nutridas com os alimentos que nós ajudamos o campo a produzir. Nós ajudamos a vida na Terra. Que seria do mundo sem nós?

Com tal explicação a nuvenzinha já sorria de prazer. E sabendo que muitas vezes poderia descer à Terra e subir a atmosfera, aprender sempre coisas novas e sendo cada vez mais útil, passou a ser mais feliz.

 

Esta história nos faz lembrar de um trecho do Evangelho:

No tempo em que Jesus viveu na Terra, um homem muito sábio, chamado Nicodemos, foi perguntar a Jesus o que teríamos que fazer para entrar no Reino dos Céus, para sermos mais felizes e tranquilos.

Jesus lhe respondeu:

- Tereis que nascer de novo.

Nicodemos ficou muito admirado e não conseguiu entender. Tornou a perguntar e Jesus lhe respondeu:

- É mesmo difícil de entender agora, porém em verdade vos digo que se não nascerdes de novo, não vereis o Reino dos Céus.

Hoje nós conseguimos entender o que Jesus quis dizer. Ele falava da Reencarnação, isto é, que precisamos nascer e morrer muitas vezes para podermos aprender tudo o que a Terra tem para nos ensinar e o mais importante, aprendermos a amar-nos uns aos outros como Ele ensinou.

Não é possível aprender e tudo na Terra durante uma vida de 60 ou 70 anos: ser médico, engenheiro, presidente, professor, jogador, artista e etc..

Então, Deus nos dá a oportunidade de aprendermos em várias encarnações, levando em nosso Espírito todos os conhecimentos aprendidos até a completa perfeição moral e espiritual.

            Somos como a Nuvem Branca, uma hora somos nuvem, outra vapor, outra chuva, mas sempre a mesma gotinha, cada vez mais esclarecida e sabida.

Assim, à medida que amamos e aprendemos, vamos evoluindo e nos sentindo cada vez mais felizes.

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Evangelização Infanto-Juvenil

Primário C – aula 22 – página 143

Editora Aliança

 

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