HISTÓRIA DE JOSÉ
Aparecida Maria Daher
Numa cidadezinha do interior de
São Paulo morava um senhor muito simpático chamado José.
Ele andava muito, pois entregava
as compras que eram feitas num mercadinho da cidade.
Em sua vida não fez nada que fugisse à vida normal de um homem. Era solteiro, morava sozinho, seus pais haviam morrido e ele era filho único.
Seus tios e primos moravam na
capital.
Acreditava na existência de Deus,
mas não seguia nenhuma religião, não frequentava nem igreja, templo ou Casa
Espírita.
Sempre dizia aos colegas que
quando morresse, não sabia o que seria dele, pois não fazia nada de caridade,
não tinha dinheiro, não podia visitar asilos nem orfanatos, pois trabalhava
muito e não tinha tempo.
O tempo foi passando e José, com
idade avançada, teve algumas doenças, que o levaram ao desencarne.
No plano espiritual, nosso querido José, sentiu-se triste. Julgava que iria ser questionado sobre o que fez de bem ou de mal a seu próximo.
Preocupado, pensava: “O que acontecerá comigo? Enquanto estava
vivo deveria ter me preocupado mais com meu próximo, com a vida depois da
morte.”.
O mentor espiritual se aproxima
de José e o encontra perdido em seus pensamentos e o chama.
José levanta-se e, emocionado,
aproxima-se do mentor.
Este o cumprimenta com alegria e
amor e diz:
- José, quando você esteve na Terra fez uma caridade muito importante
ao seu próximo.
José se surpreende!
- Eu? Não, acho que o senhor está enganado. Talvez tenha confundido com
algum outro José.
O mentor lhe diz:
- Não, não me confundi. Lembre-se José, que todo o caminho que
percorria, exercendo o seu trabalho material, você ia olhando, analisando se
não havia nenhum perigo para que ninguém se machucasse?
- Quantas vezes você recolheu cacos de vidro, madeiras com prego
enferrujado, casca de banana, arame farpado e outras coisas mais?
- José, você praticou a caridade desinteressada, por preocupação com as
crianças, com teu próximo. Você exerceu a caridade mais desinteressada.
José chorava de emoção e disse:
- Não fazia aquilo por obrigação ou para que vissem, mas com a intenção
de que ninguém se machucasse.
- Muito bem, José – falou o mentor – com o seu desinteresse e amor ao próximo, ficará conosco para uma
conscientização da necessidade de ensino àqueles que ainda não sabem amar
verdadeiramente.
E José
começou assim, a preparar-se para uma nova encarnação quando virá como
expositor espírita, dando exemplo de tudo o que ensina. Isto levará um tempo no
Plano Espiritual, até que esteja devidamente preparado e sua nova família
organizada.
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