A IMPACIENTE
– Autoridade moral – Paciência – Serenidade
José Jorge
Naquela tarde, o trabalho havia
sido intenso no consultório médico de nossa jovem espírita. Parecia até que
todos os seus pacientes haviam combinado comparecer juntos.
O que mais a preocupava,
entretanto, é que estava programada para uma palestra num Centro Espírita, às
14 horas, devendo discorrer sobre “A paciência”, capítulo IX, nº 7 a 10.
Atendido o último consulente,
assustou-se ao consultar o relógio: estava com pouco tempo e não desejava
faltar ao compromisso doutrinário.
Entrou em seu carro e logo
disparou, disposta a fazer o possível para chegar a tempo.
Acontece, porém, que na estrada à
sua frente alguém ziguezagueava, ora para a direita, ora para a esquerda, ou
para o meio da pista, atrapalhando-a.
Imaginou até que era de propósito
para impedir-lhe a ultrapassagem desejada o que, aliás, muito a irritava.
A continuar assim, iria perder a
hora da palestra.
Também, com um motorista daquela
espécie! ...
Felizmente, numa reta da estrada,
conseguiu a ultrapassagem de que precisava e, ao emparelhar com o motorista
(era uma mulher), não se conteve e despegou-lhe sua impaciência num desaforo:
- Sua burra, por que não aprende, primeiro, a dirigir uma carroça?
Correu quanto pôde e, afinal,
chegou a tempo para fazer sua palestra.
Já sentada à mesa, quando ia
começar sua exposição, contemplando o auditório, teve uma surpresa: a motorista
xingada por ela estava presente, para ouvi-la...
Seus olhos se cruzaram com os da
assistente, que logo se levantou, abandonando o salão.
A expositora entendeu o gesto
mudo de reprovação da assistente que, com sua retirada, contestava-lhe a
autoridade para falar sobre paciência.
Texto retirado do
livro: “A luz dissipa as trevas”
de Paulo Daltro de
Oliveira
Páginas 77 e 78
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