sexta-feira, 16 de outubro de 2020

A IMPACIENTE – Autoridade moral – Paciência – Serenidade

 

A IMPACIENTE – Autoridade moral – Paciência – Serenidade

José Jorge

 

Naquela tarde, o trabalho havia sido intenso no consultório médico de nossa jovem espírita. Parecia até que todos os seus pacientes haviam combinado comparecer juntos.

O que mais a preocupava, entretanto, é que estava programada para uma palestra num Centro Espírita, às 14 horas, devendo discorrer sobre “A paciência”, capítulo IX, nº 7 a 10.

Atendido o último consulente, assustou-se ao consultar o relógio: estava com pouco tempo e não desejava faltar ao compromisso doutrinário.

Entrou em seu carro e logo disparou, disposta a fazer o possível para chegar a tempo.

Acontece, porém, que na estrada à sua frente alguém ziguezagueava, ora para a direita, ora para a esquerda, ou para o meio da pista, atrapalhando-a.

Imaginou até que era de propósito para impedir-lhe a ultrapassagem desejada o que, aliás, muito a irritava.

A continuar assim, iria perder a hora da palestra.

Também, com um motorista daquela espécie! ...

Felizmente, numa reta da estrada, conseguiu a ultrapassagem de que precisava e, ao emparelhar com o motorista (era uma mulher), não se conteve e despegou-lhe sua impaciência num desaforo:

- Sua burra, por que não aprende, primeiro, a dirigir uma carroça?

Correu quanto pôde e, afinal, chegou a tempo para fazer sua palestra.

Já sentada à mesa, quando ia começar sua exposição, contemplando o auditório, teve uma surpresa: a motorista xingada por ela estava presente, para ouvi-la...

Seus olhos se cruzaram com os da assistente, que logo se levantou, abandonando o salão.

A expositora entendeu o gesto mudo de reprovação da assistente que, com sua retirada, contestava-lhe a autoridade para falar sobre paciência.

 

Texto retirado do livro: “A luz dissipa as trevas”

de Paulo Daltro de Oliveira

Páginas 77 e 78




 

 

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