ABRAÇO DE DEUS
É uma avó que conta que certo dia
sua filha lhe telefonou do pronto socorro. Sua neta, Roberta, de apenas seis
anos, tinha caído de um brinquedo no pátio da escola e havia ferido gravemente
a boca.
A avó foi buscar as irmãs de
Roberta na escola e passou uma tarde agitada e muito tensa, cuidando das
crianças, enquanto aguardava que a filha retornasse com a menina machucada.
Quando finalmente chegaram, as
irmãs menores de Roberta correram para os braços da mãe. Roberta entrou
silenciosa na casa e foi se sentar na grande poltrona da sala de estar.
O médico havia suturado a boca da
menina com oito pontos internos e seis externos. O rosto estava inchado, a fisionomia
e os fios de cabelos compridos estavam grudados com sangue seco.
A garotinha parecia frágil e
desamparada. A avó se aproximou dela com o máximo cuidado. Conhecia a neta,
sempre tímida e reservada.
- Você deseja alguma coisa, querida?- perguntou.
Os olhos da menina fitaram a avó
firmemente e ela respondeu:
- Quero um abraço.
-.-.-.-.-.-.-.-.-.
À semelhança da garotinha
machucada, muitas vezes desejamos que alguém nos tome nos braços e nos anime,
de forma protetora.
Quando o coração está dilacerado
pela injustiça, quando a alma está cheia de curativos para disfarçar as lesões
afetivas, gostaríamos que alguém nos confortasse.
Quando dispomos de amores por
perto, é natural que os busquemos e peçamos: abrace-me. Escute-me. Dê-me um
pouco de carinho, um chá de ternura.
Contudo, quando somos nós que
sempre devemos confortar os outros, mais frágeis que nós mesmos, ou quando
vivemos sós, não temos a quem pedir tal recurso salutar.
Então, quando estivermos ansiosos
por um abraço consolador nos momentos de cansaço, de angústia e de confusão,
pensemos em quem é o responsável maior por nós.
Quando não tivermos um amigo a
quem telefonar para conversar, conversemos com Nosso Pai. Sirvamo-nos dos recursos extraordinários da oração e
digamos tudo o que Ele, como
Onisciente, já sabe, mas que nós desejamos contar para desabafar, aliviar a
tensão interna.
Falemos de nossas incertezas e
dos nossos dissabores, sobre as nossas decepções e nossos desacertos e nos
permitamos sentir o envolvimento do Seu
abraço de Pai Amoroso e Bom.
Não importa como o chamemos: Pai, Criador, Divindade. O importante é
que abramos a nossa intimidade e nos permitamos ser acarinhados por Ele.
Ele sempre está pronto para abraçar Seus Filhos sem impor
condições.
E se descobrirmos que faz muito
tempo que não sentimos esse Abraço
Divino, tenhamos a certeza de que faz muito tempo que não o pedimos.
Victor Hugo, porta e romancista
francês, escreveu um dia: “Tenha coragem
para lidar com as grandes tristezas da vida. E paciência para lidar com as
pequenas”.
E, depois de ter cumprido
laboriosamente sua tarefa diária, vá dormir em paz.
Deus continua acordado.
Pensemos nisso. Deus está sempre acordado, e velando por
nós.
Momento Espírita
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