sábado, 31 de dezembro de 2011

Parábola de Figueira Estéril

A PARÁBOLA DA FIGUEIRA ESTÉRIL

            “E dizia esta parábola: Um certo homem tinha uma figueira plantada na sua vinha, e foi procurar nela fruto, não o achando;
                . . . E disse ao vinhateiro: - Eis que há três anos venho procurar fruto nesta figueira, e não o acho, corta-a; porque ocupa a terra inutilmente?
                E, respondendo ele, disse-lhe: - Senhor, deixa-a este ano, até que eu a escave e a esterque;
                E, se der fruto, a conservarás e, se não, depois a mandarás cortar.”
                                               (Lucas: Cap. 13, v. 6-9)

            Eis um dos numerosos ensinamentos de Jesus, que deixaria de ter sua razão de ser, se examinado à luz da unicidade da existência física. Como seria possível enquadrar a majestosidade da Parábola da Figueira Estéril, na estreiteza do dogma da existência única do Espírito na carne?
            Qualquer análise, mesmo superficial da parábola em tela, leva à conclusão de que o objetivo do Mestre, ao ensiná-las, foi de dar prova patente da multiplicidade das existências físicas do Espírito.
            Em Sua infinita misericórdia e amor, Deus propicia a todas as almas a possibilidade de se reencarnarem no propósito de assegurar-lhes a evolução através dos embates inerentes à vida corporal. Não foi outra a idéia do Cristo, quando asseverou a Nicodemus a imperiosidade do renascimento da água e do Espírito, equivalente à reencarnação do próprio Espírito no corpo material.
            Na parábola acima, O Nazareno ensinou que o Pai enseja a reencarnação, porém, exige a devida contraprestação representada na retribuição, através das boas obras: os frutos bons da ação desenvolvida no plano terreno. Ao Espírito não é dado permanecer, obstinadamente, na improdutividade ou na prática das más ações, sem que venha a sofrer o impacto da aplicação da lei eterna e imutável, que rege os destinos de todas as criaturas humanas, traduzido em expiação e resgate.
            A parábola em foco, interpretada em seu verdadeiro sentido, contém em suas entrelinhas uma ocorrência verídica e comum de reencarnação.
            Um Espírito obtém do Alto a graça da reencarnação neste ou em outro planeta, entretanto, decide-se a levar vida inútil e prejudicial a si e ao próximo.
            A morte física arrebata-o e a vida no além túmulo dá-lhe a devida corrigenda, todavia, ao reintegrar-se novamente no convívio dos encarnados, continua o mesmo gênero de vida desregrada e improdutiva.
            O episódio da morte se repete com seu inenarrável cortejo de sofrimento no plano espiritual, porém, Deus misericordioso e bom dá-lhe outras oportunidades de reintegração no mundo corpóreo.
            Ainda, mais uma vez, não houve a esperada produtividade e evolução, e a lei torna a exigir o devido ajuste. O Mestre, na parábola representada pelo vinhateiro, roga ao Senhor dos Mundos para que nova oportunidade seja dada ao Espírito recalcitrante, cercada de outros carinhos e em outro ambiente (com a terra escavada e adubada), esperando, paciente, que, desta vez, surjam os esperados frutos.
            A atitude que vier a ser tomada pelo Espírito reencarnado é que irá resolver a situação. Se ele continuará a reencarnar (a ocupar o lugar na Terra), ou se cederá o lugar a outro e ser punido, por longo período, pelos sofrimentos indescritíveis de um umbral terrificante, onde há “choro e ranger de dentes”, até que se decida, um dia, a merecer a dádiva generosa de poder, novamente, se reintegrar no mundo e submeter-se a nova série de experiências soerguedoras.
            Os livros espíritas nos dão esclarecimento de Espíritos que passam séculos e séculos no adormecimento ou entorpecimento. São estes, os Espíritos que estão resgatando, no tempo e no espaço, a falta oriunda da nulidade que representaram na Terra, e do mau uso que fizeram das oportunidades que o Pai lhes concedeu.
            O Pai não quer a morte do ímpio, mas quer que se redima e viva, consoante o que nos ensinou o profeta; entretanto o Espírito que malbarata os talentos e os dons preciosos que o Alto lhe concede, passará por longos períodos expiatórios nos planos inferiores da espiritualidade, deixando de ocupar a Terra inutilmente, e cedendo o lugar a seres mais predispostos ao trabalho e à produtividade. Certamente ele não se perderá, mas longos séculos decorrerão antes que venha a obter a graça de novas oportunidades de reintegração no ambiente físico.


            Deus, em Sua infinita misericórdia, concede sempre novas oportunidades a Seus filhos, quando estes fracassam nas tarefas que lhes são confiadas.
            A Parábola da Figueira Estéril é bastante decisiva. Nela vemos o empenho do lavrador em conseguir do Senhor da Seara que nova oportunidade fosse dada à figueira. No caso em apreço: um trato todo especial e com redobrado carinho, pois assim, talvez, ela viesse a produzir os frutos esperados.
O Mestre comparou a figueira ao homem, entretanto, devemos convir que muitos homens não conseguiram produzir boas obras, devido ao fato de terem sido conspurcados os mananciais dos ensinamentos revelados por Jesus Cristo. A mensagem viva que ele nos legou, e que deve servir de roteiro para todas as criaturas, sofreu o impacto dos interesses mundanos e o seu esplendor foi ofuscado, temporariamente, pelos preceitos e por princípios doutrinários de natureza humana.
            As religiões passaram a acenar aos homens com mensagens dúbias; adornaram seus templos com pompas e riquezas; fizeram com que as tradições inócuas se constituíssem no ponto alto de suas cogitações; fomentaram lutas sangrentas e fratricidas por causas de dogmas petrificados; apresentaram um Deus com os mesmo atributos que eram conferidos ao Jeová, dos idos de Moisés; enfim, “ataram pesados fardos nos ombros dos seus prosélitos, mas nem com os dedos ousaram tocá-los”, segundo o dizer judicioso de Jesus.
            Esse estado de coisas, agravado com o fato de se punir com a morte todo aquele que entrasse em comunicação com o mundo espiritual, fez com que os homens tivessem um falso conceito da Misericórdia Divina, passando a ver no Pai de amor e de justiça, que Jesus nos apresentou, um deus despótico, irascível, - o deus de Torquemada, de Loyola, das cruzadas, da noite de S. Bartolomeu.
            A fé foi abalada, as convicções foram solapadas e os sentimentos de amor e de fraternidade se esfriaram. Os homens foram privados daquele manancial de água-viva que constitui a cogitação primária de Jesus, e, como decorrência, arrefeceram-se os esforços em favor da reforma íntima e muitos se escudaram num sistema através do qual se delegam a terceiros os problemas intransferíveis da chamada salvação. O acesso ou não ao reino dos Céus passou a ser uma questão de servir ou não servir a determinada igreja.
            Os homens, que na parábola são comparados à figueira, deixaram de produzir as obras esperadas. Cresceram, agigantaram-se na conquista das posses terrenas e esqueceram-se do “Amai-vos uns aos outros”. Passaram a adotar um deus de feição profundamente humana, deixando de lado o Deus misericordioso, piedoso e perfeito que nos foi legado por Jesus Cristo. A figueira tornou-se improdutiva. O Senhor da Seara, através da aplicação das suas leis sábias e eternas, aceitou a solicitação do Meigo Agricultor, de permitir que a figueira fosse beneficiada com novos recursos, estercando-a e revolvendo-se a terra, onde estava plantada. Através do Espiritismo foram revelados novos mananciais de ensinamentos, susceptíveis de se operar uma reforma, uma transmutação no Espírito do homem, que, assim, jamais poderá alegar falta de desvelo, de carinho, de dedicação.


            O Meigo Rabi da Galiléia está restaurando na Terra as primícias da sua Doutrina, “derramando do Seu espírito sobre toda a carne”, conforme vaticinou o profeta Joel.
            As “figueiras” estão sendo “adubadas” com novos recursos, o que equivale a dizer que os homens estão sendo aquinhoados com novos ensinamentos. Novas luzes estão se descortinando nos horizontes do mundo.
            Deste modo, ninguém poderá alegar ignorância, já que a luz agora é difusa. As mensagens não são mais bitoladas, circunscritas, censuradas. Elas surgem de modo amplo, irrestrito, ilimitado, em todos os lares, em todas as cidades, em todas as nações.
            As vozes do Céu penetram pelos telhados, avassalam os corações, empolgam as almas.
            Quando a Jerusalém dos desencantos, das maldades e da incompreensão for totalmente eclipsada, baixará dos Céus a Nova Jerusalém, de Amor, de Paz, de Luz, e, então, cumprir-se-á o vaticínio do Mestre, e a Humanidade poderá exclamar jubilosa: “Bendito Aquele que veio em nome do Senhor”. (Mateus, 23-39)

AS MARAVILHOSAS PARÁBOLAS DE JESUS – Paulo Alves Godoy


COMENTÁRIO DE KARDEC


            A figueira seca é o símbolo das pessoas que apenas têm aparência do bem, mas realmente nada produzem de bom; oradores que têm mais brilho que solidez, cujas palavras têm o verniz na superfície e são agradáveis aos ouvidos; mas quando analisadas nada têm de substancial para o coração; é que, depois de ouvidas, nos levam a perguntar qual o proveito que delas tiramos.
            Simboliza também todos aqueles que, tendo meios de ser úteis, não o são; todas as utopias, todos os sistemas ocos, todas as doutrinas carentes de base sólida. O que as mais das vezes falta é a verdadeira fé, a fé produtiva, a fé que abala as fibras do coração, a fé, numa palavra, que transporta montanhas. São árvores cobertas de folhas, mas sem frutos. Eis porque Jesus as condena à esterilidade, porque dia virá em que tais pessoas serão ressecadas até à raiz. Por outras palavras, todos os sistemas, todas as doutrinas que não tiverem produzido algum bem para a humanidade, cairão no nada; todos os homens inúteis, por não terem posto em ação os recursos que traziam consigo, serão tratados como a figueira seca.
            Os médiuns são intérpretes dos Espíritos; suprem, nestes últimos, a falta de órgãos materiais pelos quais transmitam suas instruções. Daí vem o serem dotados de faculdades para esse efeito. Nos  tempos atuais, de renovação social, desempenham uma missão especial: são como árvores que devem dispensar o alimento espiritual aos seus irmãos. Por isso, multiplicam-se, de maneira a que o alimento seja abundante. Espalham-se por toda parte, em todos os países, em todas as classes sociais, entre os pobres e os ricos, os grandes e os pequenos, a fim de que em parte alguma haja deserdados, e para provar aos homens que todos são chamados. Se, porém, eles desviam do objeto providencial a preciosa faculdade que lhes foi concedida, se a empregam em coisas fúteis ou prejudiciais, se a põem a serviço dos interesses mundanos, se em vez de frutos sazonados dão maus frutos, se se recusam à utilizá-la em benefício dos outros, se nem mesmo para si tiram os proveitos da melhoria própria, então, assemelham-se à figueira estéril. Deus lhes retirará um Dom que se lhes tornou inútil: a semente que não sabem fazer frutificar. E  tornar-se-ão presa dos maus Espíritos.
 
O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO – Cap. XIX – 8 – Allan Kardec

A SEMENTE


                        “E,  quando semeias, não semeias o corpo que há de nascer, mas o simples grão de trigo ou de outra qualquer semente”- Paulo ( I Coríntios, 15:37)

            Nos serviços da Natureza, a semente reveste-se, aos nossos olhos, do sagrado papel de sacerdotisa do Criador e da Vida.
            Gloriosa herdeira do poder divino coopera na evolução do mundo e transmite silenciosa e sublime lição, tocada de valores infinitos, à criatura.
            Exemplifica sabiamente a necessidade dos pontos de partida, as requisições justas de trabalho, os lugares próprios, os tempos adequados.
            Há homens inquietos e insaciados que ainda não conseguiram compreendê-la. Exigem as grandes obras de um dia para outro, impõem medidas tirânicas pela força das ordenações ou das armas ou pretendem trair as leis profundas da Natureza; aceleram os processos de ambição, estabelecem domínio transitório, alardeiam mentirosas conquistas, incham-se e caem, sem nenhuma edificação santificadora para si ou para outrem.
            Não souberam aprender com a semente minúscula que lhes dá trigo ao pão de cada dia e lhes garante a vida, em todas as regiões de luta planetária.
            Saber começar constitui serviço muito importante.
            No esforço redentor, é indispensável que não se percam de vista as possibilidades pequeninas: um gesto, uma palestra, uma hora, uma frase pode representar sementes gloriosas para edificações imortais. Imprescindível, pois, jamais desprezá-las.

PÃO NOSSO – Emmanuel – Chico Xavier – Cap. 7

TRIGO DE LUZ

Meu irmão, pega a charrua

Do Espiritismo cristão,
Trabalhando sem cessar
A gleba do coração.

Cultiva dentro de ti
As sementes da bondade,
Regadas com tua fé
No suor da caridade.

Que o egoísmo – erva daninha –
Não comprometa a lavoura,
 Que Jesus, o Mestre Amado,
Junto contigo entesoura.

No lavor cotidiano,
Ara e semeia com calma,
Fazendo ao solo do mundo
Florescer a própria alma.

Sejas como a terra fértil
Que o pão da vida produz,
 Transformando-te em celeiro
Do excelso trigo de luz!                                        DOR  E LUZ – Eurícledes Formiga – Carlos Baccelli – 47


MEUS IRMÃOS



Meus irmãos, mediunidade
É um terreno abençoado
Em que cada médium colhe
O que nele houver plantado.

Trabalhemos com afinco
Nesta seara de luz,
Cultivando a sementeira
Do serviço com Jesus.

Não deixemos a charrua
Em qualquer canto esquecida,
Qual enxada que a ferrugem
Em pouco tempo invalida.

Nem sejamos a figueira,
Que frutos devia ter
Quando o Mestre a procurou,
Para dela se valer. . .

Quem for médium sempre esteja
Em condições de servir . . .
Mesmo que esteja chorando,
Deve aprender a sorrir.

Que se esqueça dos problemas
Que afirma de montão,
Pois para viver em paz,
Esta é a melhor solução.



Que médium que se dá ao luxo
De não ter problema algum,
Se existe, devo dizer-lhes
Que não conheço nenhum!. . .


DOR E LUZ – Eurícledes Formiga – Carlos Baccelli – cap.29

TEMA
INCENTIVO INICIAL
ATIVIDADE
Reencarnação
(oportunidade de aprender)
Apresentar figuras de homens trabalhando na terra.
Questionar: alguém já plantou algo?
Desenhar em papel pardo uma árvore seca (com o tronco quebrado). Teremos que trabalhar para melhorar esta árvore. Folhas, frutos, etc. Dividir a turma em equipes. Uma desenhará folhas e a outra desenhará frutos, escrevendo neles coisas boas que viemos aprender aqui na Terra. O evangelizador leva desenhado num papel à parte, um solo para a árvore (terra boa).




Texto explicativo retangular com cantos arredondados: Por que o Senhor ficou feliz quando voltou das bodas? (viu o servo, que vigiando, logo foi abrir a porta).
Por que ele se sente tão feliz vendo o seu servo vigiar? (Sabia que ele estava disposto, estava trabalhando)
Como o senhor tratou o servo quando o viu vigiar? (Com respeito, foi servi-lo) 
Devemos respeitar as pessoas que nos auxiliam: o professor na escola, a empregada, o porteiro...
Nós somos servos? (Sim)
Quem é o nosso senhor? (Deus)
Como podemos estar vigiando? (Trabalhando no bem. Fazer o bem aqui na Terra é estar disposto para o trabalho que Jesus nos ensinou).
Por que devemos vigiar? (Nunca sabemos a hora de voltar para a cidade dos Espíritos. Nessa hora teremos que explicar o bem ou o mal que fizemos).

Texto explicativo retangular com cantos arredondados: Onde eu estava antes de nascer? (Com amigos, numa cidade espiritual)
Por que vivo junto às pessoas da minha família? (Para aprender coisas boas. Ajudar, não brigar, estudar...)
Se errarmos quando estamos aprendendo a escrever, o que a professora faz? (Ensina novamente até que eu aprenda)
Se eu me vestir errado, o que a mamãe faz? (Orienta para que eu acerte na próxima)
Se as pessoas que estão ao meu redor sempre me dão novas oportunidades de aprender, o que Deus faz quando não aprendemos tudo o que seria bom para nós em uma vida? (Dá nova oportunidade através da reencarnação).






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