sábado, 7 de novembro de 2020

O ETERNO DESCONTENTE – Gratidão – Humildade – Valor dos bens espirituais – Valor relativo das riquezas

 

O ETERNO DESCONTENTE – Gratidão – Humildade – Valor dos bens espirituais – Valor relativo das riquezas

 

Leon Tolstoi

 

Um homem descontente com a sorte queixava-se de Deus.

- Deus – dizia ele – dá aos outros as riquezas e a mim não dá coisa alguma. Como é que hei de poder fazer o meu caminho nesta vida, sem nada possuir?

Um velho ouviu estas palavras e disse-lhe:

- Acaso é tu tão pobre quanto dizes? Deus não te deu, porventura, saúde e mocidade?

- Não digo que não e até me orgulho bastante da minha força e do verdor dos meus anos.

O velho, então, pegou a mão direita do homem e perguntou-lhe:

- Deixa cortar-te essa mão por mil rublos?

- Nem por doze mil!

- E a esquerda?

- Também não!

- E por dez mil rublos consentirias em ficar cego por toda a vida?

- Nem um olho dava por tal dinheiro!

- Vês – observou o velho – que riqueza Deus te deu e tu ainda te queixas!

 

Texto retirado do livro: “A luz dissipa as trevas”

de Paulo Daltro de Oliveira

Página 103




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