O ETERNO DESCONTENTE
– Gratidão – Humildade – Valor dos bens espirituais – Valor relativo das
riquezas
Leon Tolstoi
Um homem descontente com a sorte
queixava-se de Deus.
- Deus – dizia ele – dá aos
outros as riquezas e a mim não dá coisa alguma. Como é que hei de poder fazer o
meu caminho nesta vida, sem nada possuir?
Um velho ouviu estas palavras e
disse-lhe:
- Acaso é tu tão pobre quanto dizes? Deus não te deu, porventura, saúde e
mocidade?
- Não digo que não e até me orgulho bastante da minha força e do verdor
dos meus anos.
O velho, então, pegou a mão
direita do homem e perguntou-lhe:
- Deixa cortar-te essa mão por mil rublos?
- Nem por doze mil!
- E a esquerda?
- Também não!
- E por dez mil rublos consentirias em ficar cego por toda a vida?
- Nem um olho dava por tal dinheiro!
- Vês – observou o velho – que riqueza Deus te deu e tu ainda te
queixas!
Texto retirado do
livro: “A luz dissipa as trevas”
de Paulo Daltro de
Oliveira
Página 103
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