O LADO OCULTO
– Paciência – Valor da família
Richard Simonetti
Silas Carrero realizara uma
tournée de palestras espíritas. Estivera ausente 10 dias. Expositor brilhante,
encantara plateias que lotavam os Centros Espíritas por onde passava.
Mais do que a palavra,
impressionavam-se com seu comportamento as pessoas que provavam de sua
companhia. Sempre muito calmo e afável, a todos atendia, imperturbável, mesmo
quando abordado por companheiros inoportunos que abusavam de sua boa vontade.
As pessoas que o acolhiam
encantavam-se com sua tranquilidade. Se o almoço atrasava, se as crianças
perturbavam, se ocorriam pequenos incidentes, tudo era relevado por ele com
palavras de compreensão.
“Seja tudo pela edificação”
proclamava, sereno, lembrando o apóstolo Paulo, na Primeira Epístola aos
Coríntios.
Cumprido o roteiro, regressou,
finalmente, viajando 10 horas, estrada ruim, ônibus desconfortável, percalços
que suportou, estoico, “tudo pela edificação”.
Descendo na estação rodoviária,
estranhou a ausência de sua esposa, a quem avisara quanto ao horário de
chegada. Os minutos escoaram-se com a lentidão da impaciência. Pareciam horas!
Silas tamborilava, nervosamente, o balcão de informações, com a ponta dos
dedos.
“Que falta de consideração! Não
poderia antecipar-se ao ônibus?”
Finalmente, ela chegou.
Beijaram-se. Ele, sisudo; ela expansiva, a explicar que houvera um problema no
trânsito. Não a deixou concluir. “Soltou os cachorros”, diante da mulher
atônita, verberando o atraso. Entrou no automóvel e regressou, amuado, ao lar.
Após enfrentar, valoroso e
disciplinado, 10 dias de excursão e 10 horas em desconfortável viagem de
regresso, Silas Carrero não se conformou em esperar 10 minutos por sua esposa!
*
* *
Com um pouco de disciplina é
possível exercitar-se comportamento moderado na vida em sociedade, com valores
de tolerância e paciência, em favor da edificação.
O teste difícil está no lar,
onde, sem o verniz social, se desnuda o lado oculto de nossa personalidade,
mostrando facetas nada edificantes.
Transcrito
de O Reformador.
Texto extraído do
livro: “A luz dissipa as trevas”
De Paulo Daltro de
Oliveira
Páginas 99 e 100
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