sábado, 9 de novembro de 2024

O Palhacinho - gratidão

 

O PALHACINHO

 

Certa vez, um pequeno circo chegou a uma cidadezinha do interior, com apenas três trailers, que transportavam os artistas, servindo-lhes de moradia; com rodas, janelas e até uma chaminé que fumegava sempre, chamando a atenção das pessoas que passavam.


Entre os artistas mirins do pequeno circo, destacava-se o palhacinho: um lindo menino de dez anos, moreno de cabelos crespos que saíam do pequeno chapéu. Era Jorge, o filho do dono do circo. Tornara-se popular, pois sempre andava com a fantasia de palhaço.


Jorge era um bom menino. Esforçava-se para desempenhar bem o seu papel nas atividades do circo, assim como ajudava os outros em suas tarefas.

O pai de Jorge sentia-se muito orgulhoso do filho e se considerava um homem feliz. No entanto, ultimamente andava preocupado com as finanças do circo, mesmo com maravilhosos espetáculos, pois o frio e as chuvas frequentes afastavam as pessoas do circo.

Numa noite de imenso frio, o circo estava quase deserto. Os artistas ficaram desanimados, mas o palhacinho se esforçava em alegrar o público presente, dando saltos, agarrando-se à cauda dos cavalos, andando de pernas pro ar, cantando canções engraçadas, sempre com sorriso em seu rostinho. O pai olhava-o com admiração, mesmo estando um tanto triste.


Todos sabem que os circos sobrevivem das contribuições dos pagantes, e com o público ausente, não há rendimentos.

Nessa mesma noite, estava Sérgio com seu pai para verem o espetáculo. O pai era jornalista e trabalhava num jornal. Sérgio ficou sério ao perceber que havia poucas pessoas no circo, mesmo divertindo-se com as piruetas do palhacinho; e como era um menino muito bom, generoso e inteligente, virou-se para o pai e disse penalizado:

- Que pena, pai! Tão poucos assistentes e um espetáculo tão bom! Gostaria tanto que outras pessoas vissem as proezas do palhacinho!

O pai sorriu com ternura e respondeu:

- Creio que uma boa propaganda colocada no jornal despertaria o interesse do povo. Amanhã mesmo escreverei um artigo sobre o palhacinho do circo. Que acha da ideia, filho?

- Ótima ideia, pai! Aqui na cidade todos gostam do que o senhor escreve. Garanto que na próxima apresentação o circo estará cheio. - falou Sérgio entusiasmado.

No dia seguinte foi publicado no jornal da cidade um belo artigo com uma ilustração do palhacinho. A propaganda deu resultado levando uma multidão ao circo atraída pelo artigo.

Sérgio e o pai também foram e sentaram-se bem na frente, aplaudindo as proezas do palhacinho, que já sabia do artigo no jornal e que estava ali presente o autor.

O pai de Sérgio, vendo que o palhacinho olhava para ele com insistência, compreendeu e para evitar agradecimentos, preferiu sair, dizendo ao filho:

- Espero você lá fora, meu filho. Fique até terminar.

O palhacinho fez algumas acrobacias sobre o cavalo e toda vez que passava perto de Sérgio, olhava-o sorrindo.

Jorge, então, começou a andar ao redor do picadeiro com o chapéu entre as mãos, recebendo as moedas e caramelos que o público jogava. Ao chegar perto de Sérgio, em vez de apresentar o chapéu, retirou-o e passou adiante, deixando-o entristecido.

Sérgio levantou-se ao final, meio aborrecido, e procurou o pai, quando sentiu que lhe tocavam no braço, era o palhacinho, que muito sorridente, lhe entregou um punhado de caramelos.

- Quer aceitar estes caramelos? – perguntou timidamente estendendo-lhe as mãos.

Sérgio sorriu e, para ser agradável, pegou uns três, deixando o palhacinho muito contente.

- Quero agradecer a você e a seu pai. Não podem imaginar o bem que nos fizeram com aquela notícia no jornal. Nunca me esquecerei de vocês e rezarei sempre pela sua família. – falou o pequeno palhacinho, pedindo um abraço.

- Dê-me dois. – respondeu Sérgio.


Então, o palhacinho abraçou-o, dizendo ainda, com muito carinho:

- Leve um para seu pai.

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Da Apostila Evangelização Infanto-juvenil

Primário A, aula 22 - Gratidão

 

sábado, 26 de outubro de 2024

 

A CURIOSIDADE DE JUQUINHA

 

Juquinha era um lindo garotinho. Estava sempre se divertindo com tudo o que via. Gostava de saber como eram todas as coisas que encontrava. Deitava-se no chão para ver como os bichinhos comiam e viviam. Olhava os olhos, a boca, os pés e os pelos dos animais, achando que tudo no mundo era bonito e bem feito.

Juquinha ficava horas olhando as coisas pequeninas e as coisas grandes que encontrava pelo mato, no jardim ou quando visitava o jardim zoológico. Gostava de passear com seu caminhãozinho cheio de alpiste para alimentar os passarinhos que voavam pelo seu jardim. E ele estava sempre a dizer


:

- Quem fez essas coisas sabe muito! Sabe mais que papai, mais que a professora, mais que os homens que vão para o espaço! Sabe mesmo, porque os homens sabem fazer foguetes para viajarem para a Lua, mas eles não sabem como fazer uma lua.

Olhando uma tartaruga, Juquinha dizia:


- Quem fez a tartaruga sabe fazer coisas que andam devagar e também sabe fazer coisas que andam ligeiro como o vento, como o raio nos dias de chuva.

Um dia, Juquinha saiu para passear e encontrou um montinho de areia.

Quis saber  que era que tinha lá dentro. Vocês também querem saber? Eram formigas!

Juquinha ficou a pensar.

Quem ensinava as formigas a fazerem suas casinhas tão bem feitas?

Juquinha andou e andou... Viu uma coisa verde e bonita. Ficou olhando encantado com aquilo. Sabem o que era? Era um casulo e dali sairia uma linda borboleta. Como é que pode ser tão bem feito? O homem não pode fazer uma linda borboleta sair de dentro de um casulo verde, batendo as asas.

Em seguida, Juquinha viu uma coisa pequenina. Quis saber o que estava dentro daquilo. Sabem o que era? O que viu era uma sementinha. Dentro da sementinha o que iria sair? Uma árvore! Sim, uma grande árvore sairia de dentro de uma sementinha.


Ninguém pode entender uma coisa assim. Quem fez a sementinha deve ser muito sabido mesmo!

Juquinha andou mais.

Encontrou um lago cheio d’água parada. Olhou, olhou. Ficou encantado! Sabem o que tinha debaixo d’água? Uma coisa pequenina e preta. Tinha rabinho. Como é que um sapinho novo tem rabinho e vive dentro d’água e depois cresce não tem mais e vive na terra? Quem tira o rabinho do sapo sem ele sentir dor? Quem mexe no corpo do sapo para ele respirar dentro d’água quando é pequeno e respirar fora d’água quando é grande?


Juquinha continua a olhar tudo, tudo. O lago. O caracol que anda com a casa nas costas.


Quando olhou pra cima... bem alto, viu uma nuvem enorme e escura e pensou:

Agorinha mesmo o céu estava todo azul, com nuvens bem branquinhas. Quem tirou a nuvem branca e colocou a nuvem escura? Ih! Mamãe disse que nuvem escura traz chuva.

E Juquinha correu para casa e mais rápido que pode. Chegando em casa e encontrou sua mãe esperando na porta. Juquinha entrou e foi logo perguntado:

- Mamãe, eu vi uma porção de coisas bonitas que nem você e nem o papai sabem fazer. Eu vi e achei tudo lindo. Ninguém sabe fazer as coisas que vi, eu garanto. Quem sabe fazer uma borboleta? Quem sabe fazer uma linda árvore nascer de uma sementinha? Quem tira o rabinho do sapo quando ele cresce?

Mamãe enxugou alguns pingos de chuva do cabelo de Juquinha, e com carinho, respondeu


:

- Meu filho, só Deus, nosso Pai, nosso Criador, é que poderia ter feito tudo assim, tão certo, tão belo e bom! Você descobriu muitas coisas que Deus fez, mas ainda faltam muitas outras que durante a sua vida não vai parar de descobrir e aprender.

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Evangelização Infanto-Juvenil

Primário A

Editora Aliança

Aula 1- Páginas 19 a 25

sábado, 24 de agosto de 2024

A órfã de 14 anos - mediunidade. manifestações físicas, Espírito Protetor, prece

 

A ÓRFÃ DE 14 ANOS

 

A história a seguir foi adaptada da Revista Espírita, janeiro de 1858, Manifestações Físicas, mas não representa a cópia exata da mesma. Com o intuito de dar colorido às histórias e torna-las mais agradáveis para a leitura das crianças e jovens, a equipe que assinou o texto precisou atribuir nomes para os personagens, que no texto original não foram criados, e também criar pequenas situações que permitissem um mínimo enredo. Entretanto, as realizarmos esses acréscimos, procuramos manter os fatos espirituais fiéis aos casos trazidos por Allan Kardec e também utilizar os comentários do próprio codificador para o melhor aproveitamento doutrinário da peça.

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Lorena era uma menina de olhar triste e pensamentos distantes. Dentro dos seus quatorze anos, a vida já havia lhe trazido algumas dores. Ela morava na casa da família Durand em Paris, no ano de 1857. Órfã de pai e mãe, Lorena foi trazida pela senhora Nancy Durand. Os familiares dela eram pessoas muito pobres e seria muito difícil para ela se manter após a partida dos seus pais para a outra vida.

Naquela época, era comum uma família receber uma pessoa jovem como Lorena para servir de empregada doméstica. E a senhora Nancy havia se encantado com a bondade e doçura tão espontânea na menina.

Lorena se esforçava para atender às mínimas tarefas da casa. Sua dedicação para cumprir todos os pedidos dos seus patrões era admirável. Mesmo sendo tão jovem, Lorena sabia realizar tudo quanto lhe pediam. Isso graças à educação que recebera de sua mãezinha, que desde os seus 8 anos de idade a havia instruído nos trabalhos do lar.

Talvez a lição mais importante que tenha recebido de sua mãe tenha sido a da boa vontade. Lorena não tinha preguiça para fazer as coisas. Ela não só fazia o serviço mais pesado de arrumação e limpeza da casa, como também conseguia tempo para agradar o casal amigo com bolos e outras poucas coisas que havia aprendido a cozinhar. Parecia ainda ouvir sua mãe falar: “Filha devemos colocar amor em tudo o que fazemos”. E era o que ela fazia.

Agora vamos apresentar a senhora Olívia, vizinha do casal Durand. Ela não é o tipo de pessoa que poderemos chamar de simpática, mas com certeza vem trazer um pouco de emoção nessa história.

Ninguém sabia explicar por que ela tinha tanta raiva da menina. Era como se todas as desgraças do mundo fossem culpa dela. 

Até que um dia, quando Lorena estava retornando do mercado, trazendo os mantimentos para preparar o almoço, a senhora Olívia tem um surto de cólera. Ela avistou a menina ao longe e começou a gritar como louca. Com a vassoura na mão, correu na direção dela como quem ia acertá-la em cheio.


Lorena quando viu a senhora Olívia com uma vassoura na mão esbravejando e correndo atrás dela, ficou assustada. Quem não estaria assustado numa hora dessas?

A menina correu para tocar a antiga campainha da casa, mas o cordão que puxava estava cortado e ela não tinha a altura para alcançar o pedaço que sobrara. Pois não é que a campainha tocou sozinha? Por sorte alguém de dentro da casa abriu a tempo de Lorena entrar.

Durante o acontecido ela não se deu conta da ajuda inesperada que havia recebido. Mas, desde então, a campainha não parou mais de tocar, de tempos em tempos, sem nenhum motivo aparente. Isso acontecia de dia e de noite, e, quando se ia até a porta para ver quem era, não se encontrava ninguém ali. A família imaginou que isso seria uma brincadeira de algum vizinho e até chamaram a polícia para investigar. 

O casal Durand decidiu seguir o conselho de algumas pessoas que imaginavam que o fato acontecia devido à presença da menina. Afastaram Lorena dali e a enviaram para morar com amigos do campo. Desde então, a campainha dos Durand não mais tocou e nada aconteceu na nova residência de Lorena.

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 O fato, narrado por Allan Kardec, traz como uma das possíveis causas do misterioso som da campainha a ação de algum Espírito. Indo mais além no seu raciocínio, o Codificador sugeriu que aquela situação inicial ocorreu para proteger a menina, e que um Espírito Protetor provavelmente quis salvá-la do risco que corria com os ataques de raiva da senhora Olívia.

Mesmo considerando o carinho que os patrões tinham por ela, esse Espírito insistiu em fazer aqueles ruídos para forçar que ela partisse daquela casa com o fim de evitar situações ainda mais perigosas.

Kardec fez referência ao Espírito Protetor, à intervenção dos Espíritos no mundo corporal e à imoralidade da alma. O conceito de imortalidade da alma está ligado ao de protetor ou guia espiritual, que é também um Espírito que já esteve em um corpo de carne e que prossegue na sua vida imortal.

No campo das relações morais, compreendemos que em tempos de tanta ansiedade e aflição, é muito importante sabermos que um Amigo integral está ao nosso lado para nos proteger e levantar em todas as situações, como por exemplo: bullying, solidão, tristeza, agressões, depressão, etc. Que ele se preocupa conosco tanto moral, como intelectualmente.

FIXAÇÃO:

·         Questões que podem ser abordadas:

·         Você já se sentiu sozinho (a)?

·         Teve medo de que algo pode te acontecer?

·         Deus pode nos proteger?

·         Como?

·         Como você se sentiria no lugar da Lorena?

·         Por que a senhora Olívia odiava tanto a menina?

·         Quem estava tocando a campainha?

·         Você sabe o que Anjo da Guarda ou Espírito Protetor?

·         Como ele ajudou a menina?

·         Você tem um Anjo da Guarda?

·         Sabendo disso, você ainda se sente sozinho (a)?

·         Como podemos agradecer a companhia do nosso Anjo da Guarda? (Você pode falar com ele através da prece, para agradecer, pedir ajuda e conselhos)

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Ler em O Livro dos Espíritos, questões 489 a 521.

 

Na questão 495 podemos ler o seguinte trecho:

“É uma doutrina esta, dos anjos guardiões, que, pelo seu encanto de doçura, devera converter os mais incrédulos”.

“Não vos parece grandemente consoladora a ideia de terdes sempre junto de vós, seres que vos são superiores, prontos a vos ajudar na ascensão de abrupta montanha do bem; mais sinceros e dedicados amigos do que todos os mais intimamente se vos liguem na Terra? Eles se acham ao vosso lado por ordem de Deus. Foi Deus quem os aí colocou e, aí permanecendo por amor de Deus, desempenham bela, porém penosa missão”.

“Ah! se conhecêsseis bem esta verdade! Quanto vos ajudaria nos momentos de crise! Quanto vos livraria dos maus Espíritos”.

“Oh! Interrogai os vossos anjos guardiões; estabelecei entre eles e vós essa terna intimidade que reina entre os melhores amigos. Não penseis em lhes ocultar nada, pois que eles têm o olhar de Deus e não podeis enganá-los”.

                                                                                                                                                  FEB/DIJ