Pais também praticam bullying com os filhos
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Geralmente
ouvimos falar no bullying praticado nas escolas por colegas ou amigos da
criança. Mas esse problema pode ultrapassar as fronteiras da educação e ser um
problema doméstico também. Ou seja, os
pais também podem facilmente ultrapassar o limite do bom senso na hora de criar
um filho.
O bullying
acontece quando uma pessoa toca no ponto fraco da outra pessoa, e ativa ainda
mais um defeito, ridicularizando, excluindo e fazendo com que ela se sinta
inferior. Os pais praticam o bullying quando começam a criticar um filho
repetidas vezes.
Falar palavras
duras ou taxar um filho de “burro”, “mal
educado” ou simplesmente “briguento”,
“teimoso”, “difícil” e “agitado” pode trazer duras consequências para esse
filho que tem a tendência de reproduzir aquilo que os pais estão falando a fim
de suprir as erradas “expectativas” desses pais.
Mas por que os pais praticam bullying com os filhos?
Os pais têm a
tendência natural de educar os filhos através da sua própria experiência. Lembrando-se
das atitudes dos próprios pais é que é construída a identidade paterno-materna
diante dos filhos. Enquanto filhos, olhamos para os pais como exemplos de uma
história que queremos reproduzir ou não.
No caso de haver
uma identificação, as atividades paternas são reproduzidas ou repetidas de
maneira muito semelhante ao modo de cuidar recebido. Essa afirmação vale tanto
para comportamentos bons, como para ruins. Por exemplo, podem-se repetir as
brincadeiras que seu pai fazia, seu amor e carinho. Mas, também se pode repetir
sua ausência, amargura ou descontrole.
De outro lado,
pode também ocorrer uma identificação negativa, que são os comportamentos que
não se quer repetir. É aí que mora o perigo, pois reações comportamentais
compensatórias podem acontecer. Mas, o que é esse comportamento compensatório?
É uma maneira de compensar aquilo que se sofreu na infância. Por exemplo, se a
pessoa sofreu por negligência na infância, poderá se tornar um pai
superprotetor. Se sofreu agressões, pode ter muita dificuldade em corrigir. E
assim por diante.
Por mais que os
pais falem “não quero fazer com meus
filhos o que meus pais fizeram comigo”, a verdade é que muitos pais acabam
fazendo sem perceber ou fazendo totalmente o contrário, sem conseguir agir com
equilíbrio e ponderação.
Analisar e
refletir a própria história como filhos é se suma importância para que se
desenvolva uma paternidade sadia, sem o aprisionamento de modelos. Gerar a
própria identidade como pais pode contribuir muito para o amadurecimento e
crescimento pessoal, refletindo em escolhas saudáveis para os filhos.
Quais as consequências do bullying para os filhos?
As críticas e
comentários pejorativos podem minar a autoestima dos filhos, que muitas vezes
não tem discernimento para entender que os pais podem estar errados no que
falam. Muitos podem crescer se sentindo incapazes ou agindo da forma como os
pais estimularam. A criança que sofre bullying pode apresentar baixa
autoestima, sensação de raiva e medo, pesadelos e insônia, depressão e
ansiedade, desconfiança nas relações sociais, sentimentos de culpa por ser agredidos,
problemas de saúde e reprodução da própria violência que sofre com outras
pessoas.
Como reverter a situação?
Para evitar o
bullying, os pais devem educar os filhos potencializando o seu melhor e
neutralizando o seu pior. A educação deve ser baseada nas qualidades do filho.
Se os pais elogiam e valorizam as qualidades, os defeitos acabam perdendo a
força. Assim, os pais incentivam o bom comportamento dos filhos, que
naturalmente se esforçaram para conseguir mais elogios e serem bem vistos pelos
pais.
A dificuldade de
muitos pais está em perceber as qualidades dos filhos. Afinal, como elogiar se
estão fazendo tudo errado? Se estiverem se comportando mal ou se poderiam fazer
uma atividade melhor? Isso acontece porque naturalmente olhamos mais os erros
do que os acertos, mas com o tempo é possível aprender a focar mais nas
qualidades. Talvez no início o esforço seja maior, mas depois a atitude se
torna mais natural.
A Bíblia nos
adverte: “Não saia da vossa boca nenhuma
palavra torpe, e sim unicamente a que for boa para edificação, conforme a
necessidade , e assim, transmita graças aos que ouvem.” (Efésios 4:29).
Lembre-se que os filhos são principalmente aquilo que os pais falam a seu
respeito. Por isso, é essencial que os pais entendam o peso das palavras sobre
a formação da personalidade dos filhos. É essencial não confundir o que os
filhos fazem, ou como eles agem, com o que eles são.
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