O MOÇO ERA LADRÃO – Delinquência juvenil –
Paternidade responsável – Problemas sociais
Ignotus
O
moço era ladrão. Despontara, na adolescência roubando. Moleque de rua, fez-se
bandido. A mãe, infeliz, morava com a própria vergonha, longe da cidade. Nunca soube
o nome do pai. Gostaria de tê-lo conhecido. Tê-lo-ia até amado.
Agora
ia ser julgado. À véspera, morrera-lhe a genitora, vitimada pelo horror e o
desespero. Antes, porém, visitara-o na prisão.
O
acusador, arrebatado pela eloquência, verberava o procedimento do jovem
imprecando quanto à necessidade de medidas salutares na Penalogia. Aponta o
ladrão. Todos o fitam. No entanto, ele é apenas um rapaz de alma doente...
Chora baixinho, corado e triste.
A
palavra da acusação vibra como um vendaval.
O
magistrado, porém, experiente e bom, apieda-se do moço: dar-lhe-á outra oportunidade.
Antes, porém, o inquire:
-
Tens para onde ir?
-
... Não!
-
Tua mãe?
-
Morreu!...
Tudo
muito simples.
-
Teu pai?
Com
a mão nervosa, ergue o quase menino um dedo ossudo e longo e, depois de percorrer
a sala do Tribunal com olhos úmidos, responde transtornado:
-
O homem rico e quem roubei. Disse-me minha mãe que lhe servira o lar durante
anos. Informou-me antes de morrer...
*
* *
Ampara
a frágil criança de hoje que se debate na rua.
Cuida-lhe
do caráter. Menino de rua que ninguém quer é infeliz que todos perseguirão.
Com
muita tristeza disse Jesus:
“Deixai que venham a mim os
pequeninos... enquanto são meninos”.
Psicografia de Divaldo Franco
Retirado do livro “A luz dissipa
as trevas”
De Paulo Daltro de Oliveira
Páginas 33 e 34
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