sábado, 5 de setembro de 2020

O MOÇO ERA LADRÃO – Delinquência juvenil – Paternidade responsável – Problemas sociais

 

O MOÇO ERA LADRÃO – Delinquência juvenil – Paternidade responsável – Problemas sociais

Ignotus

 

O moço era ladrão. Despontara, na adolescência roubando. Moleque de rua, fez-se bandido. A mãe, infeliz, morava com a própria vergonha, longe da cidade. Nunca soube o nome do pai. Gostaria de tê-lo conhecido. Tê-lo-ia até amado.

Agora ia ser julgado. À véspera, morrera-lhe a genitora, vitimada pelo horror e o desespero. Antes, porém, visitara-o na prisão.

O acusador, arrebatado pela eloquência, verberava o procedimento do jovem imprecando quanto à necessidade de medidas salutares na Penalogia. Aponta o ladrão. Todos o fitam. No entanto, ele é apenas um rapaz de alma doente... Chora baixinho, corado e triste.

A palavra da acusação vibra como um vendaval.

O magistrado, porém, experiente e bom, apieda-se do moço: dar-lhe-á outra oportunidade. Antes, porém, o inquire:

- Tens para onde ir?

- ... Não!

- Tua mãe?

- Morreu!...

Tudo muito simples.

- Teu pai?

Com a mão nervosa, ergue o quase menino um dedo ossudo e longo e, depois de percorrer a sala do Tribunal com olhos úmidos, responde transtornado:

- O homem rico e quem roubei. Disse-me minha mãe que lhe servira o lar durante anos. Informou-me antes de morrer...

* * *

Ampara a frágil criança de hoje que se debate na rua.

Cuida-lhe do caráter. Menino de rua que ninguém quer é infeliz que todos perseguirão.

Com muita tristeza disse Jesus:

“Deixai que venham a mim os pequeninos... enquanto são meninos”.

 

Psicografia de Divaldo Franco

 

 

Retirado do livro “A luz dissipa as trevas”

De Paulo Daltro de Oliveira

Páginas 33 e 34




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