sábado, 19 de setembro de 2020

O VELHO E SEU NETO – Convivência Familiar – Respeito aos idosos

 

O VELHO E SEU NETO – Convivência Familiar – Respeito aos idosos

           

Irmãos Grimm

 

Era uma vez um velho muito velho, quase cego e surdo, com os joelhos tremendo. Quando se sentava à mesa para comer, mal conseguia segurar a colher. Derramava sopa na toalha e, quando, afinal, acertava a boca, deixava, sempre, cair um bocado pelos cantos.

O filho e a nora dele achavam que era uma porcaria e ficavam com nojo. Finalmente, acabaram fazendo o velho se sentar num canto atrás do fogão. Levavam comida para ele numa tigela de barro e, o que era pior, nem lhe davam o bastante.

O velho olhava para a mesa com os olhos compridos, muitas vezes cheios de lágrimas.

Um dia, suas mãos tremeram tanto que ele deixou a tigela cair no chão e ela se quebrou. A mulher ralhou com ele, que não disse nada, só suspirou.

Depois, ela comprou uma gamela de madeira bem baratinha e era ali que ele tinha que comer.

Um dia, quando estavam todos sentados em volta da mesa na cozinha, o neto do velho, que era um menino de quatro anos, estava brincando com uns pedaços de pau.

- O que é que está fazendo? – perguntou o pai.

O menino respondeu:

- Estou fazendo um cocho, para papai e mamãe poderem comer quando eu crescer.

O marido e a mulher se olharam durante algum tempo e caíram no choro. Depois disso, trouxeram o avô de volta para a mesa. Desde então passaram a comer todos juntos e, mesmo quando o velho derramava alguma coisa, ninguém dizia nada.

 

Texto retirado do livro: “A luz dissipa as trevas”

de Paulo Daltro de Oliveira

Páginas 45 e 46



 

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