VOCÊ APRECIA O QUE
TEM? – Grau evolutivo – Uso das oportunidades
O rico mercador refletia sobre o
que deveria oferecer àquele valoroso moço que lhe salvara a vida, no assalto
que sofrera naquela manhã. Por fim, lembrou-se de algo e voltou do interior da casa,
entregando uma caixa ao jovem:
- Cuida bem disto, meu filho. É o que tenho de mais raro e precioso. Não
hesito em ofertar-lhe porque nada é comparado ao teu gesto!
O moço balbuciou um agradecimento
e saiu rápido. Ardia em curiosidade para saber o que havia naquela caixa. Ouro?
Não era pesada... Joias? Um título de propriedade? No meio do caminho, não
resistiu e olhou, mas...
- Miserável! Apenas um castiçal! Ó sovina!
Chegou ressentido e atirou a
caixa a um canto da casa. Dias depois, quebrou-se o pé da cômoda e ele a
escorou com o castiçal. Afinal, quando se mudou, jogou o castiçal no fundo do
quintal, maldizendo uma vez mais o “mesquinho mercador”.
O novo inquilino que chegou era
um artista. Limpou a casa e quando descobriu o castiçal, apressou-se em poli-lo
com todo o cuidado:
- Meu Deus, que raridade! Como jogaram fora este tesouro?
Realmente, de um ângulo, os
entalhes mostravam uma cena; virando-se um pouco mais, sem linha de emenda,
surgia outra cena, e assim em toda a volta. Só um grande artista, com muita
paciência, teria produzido uma obra tão original. Logo ele recebeu vultosa
oferta pela peça e pôde viver abastadamente pelo resto de seus dias,
sustentando uma escola de artes...
Cada
qual, segundo seu nível interno, atribui um significado às coisas, pessoas e
condições. Pena é que muitos desaproveitam os tesouros que têm à mão,
entalhados em seres queridos e nas oportunidades de cada dia. Questão de
avaliação...
Texto retirado do
livro: “A luz dissipa as trevas”
de Paulo Daltro de
Oliveira
Páginas 75 e 76

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