quinta-feira, 15 de outubro de 2020

VOCÊ APRECIA O QUE TEM? – Grau evolutivo – Uso das oportunidades

 

VOCÊ APRECIA O QUE TEM? – Grau evolutivo – Uso das oportunidades

 

O rico mercador refletia sobre o que deveria oferecer àquele valoroso moço que lhe salvara a vida, no assalto que sofrera naquela manhã. Por fim, lembrou-se de algo e voltou do interior da casa, entregando uma caixa ao jovem:

- Cuida bem disto, meu filho. É o que tenho de mais raro e precioso. Não hesito em ofertar-lhe porque nada é comparado ao teu gesto!

O moço balbuciou um agradecimento e saiu rápido. Ardia em curiosidade para saber o que havia naquela caixa. Ouro? Não era pesada... Joias? Um título de propriedade? No meio do caminho, não resistiu e olhou, mas...

- Miserável! Apenas um castiçal! Ó sovina!

Chegou ressentido e atirou a caixa a um canto da casa. Dias depois, quebrou-se o pé da cômoda e ele a escorou com o castiçal. Afinal, quando se mudou, jogou o castiçal no fundo do quintal, maldizendo uma vez mais o “mesquinho mercador”.

O novo inquilino que chegou era um artista. Limpou a casa e quando descobriu o castiçal, apressou-se em poli-lo com todo o cuidado:

- Meu Deus, que raridade! Como jogaram fora este tesouro?

Realmente, de um ângulo, os entalhes mostravam uma cena; virando-se um pouco mais, sem linha de emenda, surgia outra cena, e assim em toda a volta. Só um grande artista, com muita paciência, teria produzido uma obra tão original. Logo ele recebeu vultosa oferta pela peça e pôde viver abastadamente pelo resto de seus dias, sustentando uma escola de artes...

Cada qual, segundo seu nível interno, atribui um significado às coisas, pessoas e condições. Pena é que muitos desaproveitam os tesouros que têm à mão, entalhados em seres queridos e nas oportunidades de cada dia. Questão de avaliação...

 

Texto retirado do livro: “A luz dissipa as trevas”

de Paulo Daltro de Oliveira

Páginas 75 e 76



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