Aula para 1º e 2º
Ciclo de Infância – 7 a 10 anos
Tema: CHICO XAVIER
Data: 17.04.2021
Elaborada por: Marita
OBJETIVO: Relembrar a vida de Francisco Cândido Xavier e a
importância para o Espiritismo no Brasil.
INCENTIVO INICIAL:
Pedir à criança que conte como foi sua vida até hoje.
Por exemplo: lembram quando nasceu? Morava onde? Brincava
com que? Tinha irmãos? Sofria? Passava fome? Ficava triste? Trabalhava? O que
pretende fazer no futuro?
É muito importante que as
recordações sejam lembradas, para poder comparar com a vida de sofrimento que
Chico teve, e mesmo assim, ele teve um papel muito importante na divulgação do
Espiritismo no Brasil.
CONTEÚDO TEÓRICO:
Chico Xavier nasceu no dia 2 de abril de 1910, na pequena
cidade de Pedro Leopoldo, Minas Gerais.
Filho do vendedor de
bilhetes de loteria João Cândido Xavier e da dona-de-casa Maria João de Deus,
ele manifestou cedo sua extraordinária capacidade de entrar em contato com o
outro mundo. Com 4 anos, surpreendeu a todos ao explicar, em linguagem médica,
o aborto de uma vizinha: “O que houve foi um problema de nidação inadequada do
ovo, de modo que a criança adquiriu posição equitópica”, disse o pequeno Chico,
repetindo o que lhe era soprado aos ouvidos por um espírito.
Aos cinco anos ele ficou órfão de mãe e o pai, por não poder
criá-los, separou os nove filhos entre parentes e amigos. Chico passa a viver
então com a madrinha Rita de Cássia e o padrinho José Felizardo Sobrinho. Ele
permaneceu com o casal por dois anos.
Durante o tempo em que viveu com a madrinha passou por
dolorosas experiências. Acreditando que o afilhado tinha o diabo no corpo, já
que ele lhe contava suas visões do outro mundo, a madrinha lhe ministrava
surras com vara de marmelo e lhe espetava garfos na barriga.
O menino passou a ver a mãe desencarnada no quintal da casa
da madrinha, onde costumava se refugiar para rezar, e ela lhe disse que logo
apareceria um “anjo” para ajudá-lo.
Pouco tempo depois, o pai casou-se novamente com Cidália
Batista, que exigiu que os filhos do primeiro casamento do marido viessem morar
com ela, inclusive o pequeno Chico.
Com o passar dos anos, Chico começou a ter um contato cada
vez mais frequente com os espíritos. Nas missas, pela manhã, via figuras
reluzentes transformarem hóstias em focos de luz e pessoas já mortas trazendo
rosas nas mãos e beijando os santos.
Relatou o que viu e o que ouviu, mas o pai pensou que o
filho estava louco, pensando em interná-lo num hospício.
Chico escapou da internação por obra do vigário de Pedro
Leopoldo, Sebastião Scarzelli, que sugeriu a João Cândido colocar o menino para
trabalhar na fábrica de tecidos de Pedro Leopoldo, que estava empregando
crianças para o turno da noite. Isso permitiria o reforço do pequeno orçamento
doméstico da família.
Aos nove anos, ele iniciou uma dura jornada. Às 3h da tarde
entrava na fábrica, onde desempenhava a função de tecelão até uma da manhã.
Dormia até às 6h, ia para a escola, saía às 11h, almoçava, dormia uma hora
depois do almoço, e retornava para a pesada rotina.
Em 1922, o país comemorava o centenário da independência e o
governo de Minas Gerais instituiu vários prêmios para redações sobre o tema. No
grupo escolar de Pedro Leopoldo, Chico, já entrando na adolescência, escreveu,
ditado por um ser invisível, o seguinte: “O Brasil, descoberto por Pedro
Álvares Cabral, pode ser comparado ao mais precioso diamante do mundo...”.
Chico comentou a visão com a professora, dona Rosária
Laranjeiras, que não lhe deu crédito, mandando-o retornar a carteira e terminar
a redação. O trabalho recebeu menção honrosa da Secretaria de Educação de
Minas, mas os colegas de Chico, desconfiando que ele havia copiado o texto de
um livro, desafiaram-no a fazer um exame público para que comprovasse sua
capacidade de redação.
Sortearam um novo tema, mais difícil: “AREIA”. O misterioso
ser surgiu novamente e lhe ditou: “Ninguém escarneça da criação. O grão de
areia é quase nada, mas parece uma estrela pequenina refletindo o Sol de
Deus...”.
Chico concluiu o primário em 1923, tendo repetido o último
ano por problemas de saúde: dificuldades respiratórias originárias da poeira de
algodão na fábrica de tecidos, onde trabalhava.
Com a saúde prejudicada em função da longa jornada e do tipo
de trabalho, Chico decidiu tentar outra atividade. Passou a trabalhar no Bar do
Dove, de Claudomiro Rocha, onde varria o chão, lavava louça e cozinhava.
Com o salário reduzido, que não lhe permitiu comprar um par
de sapatos, trocou o Bar do Dove, onde foi empregado durante dois anos, pelo
armazém do padrinho José Felizardo Sobrinho. Apesar de ter que trabalhar como
balconista das 7 às 20 horas, a exigência física e os perigos contra a saúde
(já fragilizada), eram muito menores que na fábrica de tecidos e o pagamento
maior que no bar.
Em maio de 1927, uma das irmãs de Chico Xavier, Maria
Xavier, sofreu grave desequilíbrio mental. Até então toda a família seguia os
preceitos da Igreja Católica, mas foi requisitado o auxílio espírita, já que o
problema não conseguia ser solucionado através da medicina.
Depois da aplicação de passes a moça recuperou-se. A partir
de então o jovem Chico Xavier passou a se aprofundar no conhecimento do Espiritismo,
lendo o Evangelho Segundo o Espiritismo e o Livro dos Espíritos.
Ainda em 1927, ele ajudou na fundação do primeiro centro
espírita de Pedro Leopoldo, num barracão onde morava um irmão de Chico Xavier,
o José Xavier, que assumiu a presidência. Chico se tornou secretário e seu
patrão, José Felizardo, tesoureiro. A primeira mensagem que Chico Xavier recebeu
foi de sua mãe, Maria João de Deus.
No ano de 1931, Chico Xavier teve seu primeiro contato com
Emmanuel, seu orientador espiritual. Ao buscar a beira de um açude, nas
cercanias de Pedro Leopoldo, onde costumava se refugiar para meditar e orar,
foi surpreendido com a imagem envolta por raios de luzes de um senhor
imponente, vestido de túnica típica de sacerdote.
Emmanuel logo se apresentou e lhe relatou as exigências que
deveria cumprir caso quisesse trabalhar na mediunidade: “Disciplina,
disciplina, disciplina”.
Em 1932 foi publicada a primeira obra psicografada por Chico
Xavier: “Parnaso de Além-Túmulo”, que reuniu 14 nomes da literatura brasileira,
um coletânea de 56 poesias ditadas pelos espíritos de Augusto dos Anjos e Castro
Alves, entre outros, que causou polêmica no meio literário.
O armazém de José Felizardo foi à falência e Chico Xavier
entrou como escrevente-datilógrafo para o Ministério da Agricultura, sendo mais
tarde transferido para Uberaba.
Chico dedicou a sua vida ao próximo. Manteve em Uberaba
trabalhos de assistência material e espiritual. Além de levar o consolo a
milhares de pessoas do mundo inteiro através dos livros que psicografou (mais
de 400).
O médium Chico Xavier morreu na
noite 30 de junho de 2002, aos 92 anos em Uberaba, Minas Gerais. Ele estava com
vários problemas de saúde e teve uma parada cardíaca. Em 8 de julho do mesmo
ano completaria 75 anos de atividade mediúnica.
FIXAÇÃO: contar
a seguinte história de Chico.
CHICO NO ALÉM
Dr. Bezerra vindo ao encontro do
amigo Chico aproximou-se e deu-lhe afetuoso e reluzente abraço; e foi logo
dizendo:
— Como vai Chico? Muito trabalho?
— Ah! Sim Dr. Bezerra, o trabalho
é uma bênção! Espero continuar trabalhando…
— Então vamos Chico? A reunião
está prestes a começar e Jesus já está a caminho.
Embargados pela emoção
permaneceram calados por alguns instantes, e Chico na sua simplicidade,
pondo-se de pé, fitou aquele belo par de olhos azuis, que mais pareciam dois diamantes
faiscando.
Pronto a obedecer àquele convite,
o Chico ajeitou o paletó, passou as mãos no rosto, deixando transparecer sua
disciplina de verdadeiro apóstolo do Mestre.
Dr. Bezerra, observando os
pormenores, não pode deixar de fazer uma brincadeira para quebrar a emoção do
momento.
— Chico — falou o Dr. Bezerra —,
deixa o paletó; você não precisa mais dele, suas vestes agora são outras.
Chico, como que meio
envergonhado, sorrindo, respondeu ao amigo com a humildade que lhe é peculiar:
— Dr. Bezerra, se o senhor me
permite, irei de paletó, tenho receio que os participantes da reunião não me
reconheçam; ainda me sinto um cisco de paletó, ele irá dar-me uma presença
melhor diante dos amigos. O senhor não acha?
Dr. Bezerra, já com os olhos
molhados pelas lágrimas, pensava consigo mesmo em silêncio:
“Meu Deus! Como pode um Espírito da envergadura espiritual
do Chico esconder tanta luz detrás de um paletó velho e amarrotado?”
Chico, sentindo a emoção e
ouvindo os pensamentos do amigo, falou-lhe:
— Oh! Dr. Bezerra!… Foi neste
paletó que eu aprendi a amar o meu próximo, a respeitar o sofrimento alheio. Quantos
bilhetes de mães em lágrimas foram colocados nos bolsos do meu paletó? Pedidos
de preces, rogativas por uma mensagem de consolo, pela perda de um ente querido…
Bilhetes simples… mas eu não deixei de ler nenhum deles, e chorava beijando
aqueles pedaços de papeis, sentindo-me um cisco. Era uma alegria muito grande
levar as mãos aos bolsos e encontrar aqueles pedacinhos de papéis que nada mais
eram que bênçãos vindas dos céus para o meu coração. Confesso ao senhor, que
eram um elixir revigorando o meu Espírito. O senhor imagina que o meu paletó
vivia perfumado de rosas que colocavam no meu bolso. Chegaram a dizer que o
perfume era meu, mas na verdade eram deles, que me amavam muito. Portanto, se o
senhor não se importar, estou pronto, mas irei mesmo é de paletó. Nosso Senhor
Jesus Cristo irá sentir o perfume dos irmãos que sofrem na Terra. Ainda tenho
alguns bilhetes no bolso, colocá-los-ei à disposição de Jesus, nosso mestre. Eu
ainda me considero um verme rastejante vestido de paletó.
Risos…
- Dr. Bezerra — falou o Chico com
alegria —, agradeço sua presença e companhia; a paciência que sempre dispensou
em minha caminhada pela Terra. Sou-lhe muito grato! O senhor ajudou-me a
concluir as tarefas com a Doutrina Espírita. Por este motivo eu nunca desisti
de trabalhar… Obrigado!
Naquele momento Dr. Bezerra viu
que realmente estava diante de um apóstolo do Mestre Jesus.
Levou
as mãos iluminadas ao ombro do amigo e, abraçando-o, saíram, deixando para trás
dois rastros de luz em direção ao infinito.
(Espírito Odilon Fernandes, Médium Raulina
Pontes)
Este encontro foi
narrado pelo Espírito do Dr.Odilon à médium Raulina Pontes,
da Casa
do Cinza, Uberaba, na madrugada do dia 17/08/2008.
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