segunda-feira, 22 de abril de 2024

SÓ CRESCE PARA BAIXO - humildade, orgulho, vaidade, Espírito Protetor

 

SÓ CRESCE PARA BAIXO

 

- Você tem a força de Deus nas mãos!

- Você não é homem para viver na obscuridade.

- Por que não montar gabinete próprio num dos melhores pontos da cidade, a fim de atender ao povo?

- Você nasceu para melhor destino...

- Estamos todos prósperos e poderemos naturalmente ajudar.

Adelino de Carvalho, abnegado médium passista de Uberaba, em Minas, começou a ouvir semelhantes frases de muitos amigos, admiravelmente situados no círculo das finanças. E tantos elogios que passou a considerar, intimamente, a possibilidade de casa no centro urbano. Não precisava de grande mansão. Um palacete que não desse muito trabalho seria bastante. Um lugar em que pudesse acolher as visitas com elegância e decência.

Quando o plano se tornou amadurecido no pensamento, concentrou-se e pediu a opinião da Esfera Espiritual.

Quem compareceu foi Antonio Logogrifo, excelente amigo desencarnado.

Adelino expõe o projeto e roga parecer.

Logogrifo, no entanto, passa a esclarecê-lo, bondoso. Que um médium, antes de tudo, precisa assistência moral, que não lhe convinha figurar uma situação que não tinha, que devia permanecer no domicílio singelo e que os amigos não podiam efetuar aquilo que somente a ele competia fazer.

- Mas – suspirou o médium, contrariado –, não posso aspirar à melhoria? Valorizar os meus interesses, elevar-me socialmente?

- Pode sim – ditou o Espírito amigo -, mas não à custa de vãs aparências e sim por seu próprio esforço, lutando, amando, servindo, batalhando em favor do bem...

- Então, crescer no mundo será sempre vaidade? – gemeu Carvalho, triste.

- Não, Adelino – obtemperou o companheiro -, não é bem isso. A vaidade tem consigo o progresso de cauda de cavalo.

- Como assim?

E o amigo espiritual informou, sorridente:

- Só cresce para baixo!

Como quem acorda de longo sono, Adelino sentiu estranho contentamento. Compreendeu, então, que na sua modesta casa já morava a felicidade. E, chorando de alegria, pôde apenas dizer: - Deus lhe pague, meu irmão.

 

Do livro: “A vida escreve”.

Chico Xavier/ Waldo Vieira 1ª parte, Cap. 19

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