AS
ORAÇÕES DE PEDRINHO
Em um lugarejo do interior, bem afastado da cidade, morava Pedrinho com os pais. Tinham uma vida simples e seu pai Ganhava a vida como pedreiro, enquanto a mãe cuidada da casa.
Pedrinho era um
menino obediente, bem educado e amava muito seus pais. Tudo fazia para lhes dar
prazer. Por isso o pai costumava leva-lo à vila mais próxima onde trabalhava. Para
chegar lá, precisava passar por uma região de muita mata onde moravam muitos
animais. Pedrinho adorava os macaquinhos, seus amigos preferidos. Divertia-se
em vê-los pular de árvore em árvore e ria-se de suas caretas engraçadas. E como
eles passavam e não faziam mal aos bichinhos, já estavam acostumados com a
presença do menino e de seu pai se aproximando algumas vezes. Por isso,
Pedrinho ficava muito feliz em acompanhar o pai nesse caminho.
Certa vez, o pai
do menino não se sentiu bem durante o trajeto e retornaram para casa mais cedo,
muito preocupados.
- Não é nada, meu filho! – dizia ele,
tentando sorrir. – Amanhã estarei bom.
Mas no dia seguinte acordou muito mal, nem conseguiu dormir.
A mãe de
Pedrinho, Dona Laura assustou-se e pediu ao filho que fosse buscar o médico na
vila. Porém, era muito distante, mas o menino conhecia bem o caminho.
Dona Laura
abraçou o filho e falou baixinho:
- Meu Deus! Proteja meu filhinho! Ele é ainda
tão pequeno...
Depois beijou o
menino e falou:
- Lembre-se, Pedrinho, mamãe estará pedindo a Deus,
nosso Pai, que proteja você!
Pedrinho saiu e
andou muito depressa, preocupado com o pai.
Então, começou a
ventar forte, e as nuvens do céu tornaram-se escuras e ameaçadoras.
- Que temporal! - murmurou Pedrinho, correndo
para fugir da chuva, que chegou muito forte, inundando tudo, encharcando tudo.
Pedrinho ficou com as roupas muito molhadas, coladas ao seu corpinho. E junto com a tempestade vieram os raios e trovões que reboavam por toda a parte.
Pedrinho não
parava de correr. No caminho tinha uma ponte velha, de madeira, que balançava
com o vento forte, mas ele só pensava no pai doente e continuou em frente,
murmurando aflito:
- Pai do Céu! Preciso buscar o médico! Não me deixe
ficar com medo.
O temporal
continuava e Pedrinho procurava manter o equilíbrio com muito esforço e
enquanto avançava repetia:
- Pai do Céu! Ajude-me!
Enquanto atravessava a ponte sobre o rio agitado, percebeu que já estava no final dela quando ela desabou e o menino caiu.
Como já estava
no final dela acabou caindo na margem do rio, onde tinha um mato, se agarrando
forte nos galhos das plantas.
Alguém passava
de carro e viu o ocorrido e gritou:
- Quem está aí?
Pedrinho gritou
por socorro e desmaiou, devido ao grande esforço.
Quando abriu os
olhos estava enrolado em cobertas e deitado no carro.
Conversou com a
pessoa que o salvou, falando do pai doente e que estava indo chamar o médico na
vila. A pessoa falou:
- Vamos procurar o médico! Vamos procurar outra
estrada.
Encontraram o
médico e o levaram até a casa do menino.
Depois que tudo estava resolvido, na casinha pobre de Pedrinho, mãe e filho oravam abraçados, enquanto o pai repousava melhor.
- Muito obrigada, Meu Deus! – dizia Dona
Laura.
- Muito obrigado, Bom Deus! –repetia
Pedrinho, lembrando-se dos pedidos que fizera no meio do temporal ao atravessar
a velha ponte.
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