SOCIEDADE ESPÍRITA OS MENSAGEIROS DA PAZ
AULA: INFLUÊNCIA SOCIAL – ANÁLISE E CONTÁGIO
DATA: 18.04.2010 – Evangelizadora - Marita
O educando na visão
social espírita
Marcos Alberto de
Mario
A VISÃO DA SOCIOLOGIA
Segundo a
moderna Sociologia, nos estudos ontológicos (teoria do ser) que faz sobre a
sociedade e os indivíduos, o social está nos indivíduos, ou seja, a sociedade é
não apenas a soma dos indivíduos, mas a consciência coletiva dos indivíduos, já
que estes não perdem sua individualidade. O indivíduo age no social como o
social age no indivíduo. As identidades são mantidas, embora se relacionem e se
influenciem. E por que o indivíduo mantém sua individualidade? Porque possui a
personalidade, cujos componentes são normalmente assim classificados:
- Fatores biológicos (biótipo);
- Grau de desenvolvimento biológico (idade);
- Fatores biológicos adquiridos: alimentação,
bebidas, tóxicos, doenças, etc.;
- Fatores psíquicos (tipo psicológico);
- Fatores psíquicos adquiridos: automatismos,
complexos, vivências, etc.;
- Fatores sociais e culturais.
A Sociologia considera o indivíduo e a sociedade apenas do ponto de
vista desta existência, de uma única vida que nos é dada, portanto, sua posição
é materialista.
Desse modo, o educando precisa ser preparado para a vida, esta única
vida física, sendo formado por três elementos básicos:
- Os fatores biológicos – temos a influência do
corpo;
- Os fatores psicológicos – estruturas do
passado e do presente;
- Os fatores sociais e culturais – influência da
cultura, da mídia e do grupo social.
A
formação intelectual do educando é prioritária.
Não resta
dúvida serem os três fatores apontados pela Sociologia importantes na composição
do indivíduo, mas não respondem pelo ser integral, como facilmente podemos
verificar na história humana e nas pesquisas atuais sobre o psiquismo.
A
Doutrina Espírita possui uma visão mais ampla ao relacionar a esses três
fatores apontados pela Sociologia mais dois fatores: o fator espiritual e o fator reencarnação.
A VISÃO DO ESPIRITISMO
No livro
"Obras Póstumas", encontramos nas páginas 239 a 245, 26ª edição da
FEB, o ensaio As Aristocracias, de Allan Kardec, que nos permitimos estudar de
forma mais didática, onde encontramos uma posição lúcida sobre o indivíduo e a
coletividade de acordo com os princípios espíritas, ampliando a visão
sociológica do ser e da sociedade.
Diz-nos
Kardec que em razão da diversidade das aptidões e dos caracteres inerentes à
espécie humana, há por toda parte:
ü homens incapazes, que precisam ser dirigidos;
ü homens fracos, que reclamam proteção;
ü paixões, que exigem repressão.
A
autoridade, ou seja, a necessidade de liderança social investiu desse poder,
sucessivamente:
(1°) o ancião
(patriarca), pela sua experiência;
(2°) o chefe
militar, pela sua força e inteligência;
(3°) o
descendente, pela sua herança final.
A
conservação do estado de força e privilégios foi feita através das leis, mas o
tempo, com a conseqüente necessidade de busca de recursos para sobrevivência,
fez com que os dominados se insurgissem contra os dominadores. É a evolução,
princípio básico da lei divina. Entretanto, uma nova autoridade surgiu: o
dinheiro, mas por pouco tempo, pois que para adquiri-lo é preciso inteligência,
que nos nossos dias é a autoridade estabelecida, chamada pelos pensadores
atuais de conhecimento.
A
inteligência, por si só, não equilibra o homem. O bom uso das faculdades
depende da moral, que também não pode ficar isolada. A união da inteligência
com a moral representa a verdadeira autoridade.
Homens moralizados e
instruídos implantarão o reino do bem na Terra.
Princípio Moral - Sentimento (de
justiça, de caridade)
"Entre
os maus, muitos há que apenas o são por arrastamento e que se tornariam bons,
se observassem bons exemplos, desde que submetidos a uma influência boa."
O que
temos de combater são os "vícios do caráter: o orgulho, o egoísmo, a
cupidez com seus cortejos".
A causa capaz de apressar o progresso humano é o
Espiritismo, por ser uma doutrina de educação.
O
Espiritismo, aplicado:
- Promove a fraternidade humana;
- Demonstra que as provas da vida atual são a
conseqüência lógica e racional dos atos praticados nas existências
anteriores;
- Faz de cada homem o artífice voluntário da sua
própria felicidade;
- Eleva sensivelmente o nível moral.
"Em
vez da fé cega, que aniquila a liberdade de pensar, diz ele (o Espiritismo):
Não há fé inabalável, senão a que possa encarar face a face a razão, em todas
as épocas da Humanidade. A fé necessita de base e esta base consiste na
inteligência perfeita daquilo em que se haja de crer. Para crer, não basta ver,
é, sobretudo, preciso compreender."
A VISÃO EDUCACIONAL ESPÍRITA
Essa nova
ordem de idéias que o Espiritismo nos apresenta no campo sociológico modifica a
visão educacional do homem, já que, como doutrina de educação, o Espiritismo
considera o homem como ser criado por Deus, com a finalidade de se aperfeiçoar
e contribuir na obra da criação. O homem é espírito-perispírito-corpo, sendo
imortal, estando sucessivamente em dois estágios distintos:
- Desencarnado, no mundo espiritual;
- Encarnado, no mundo físico.
O perispírito é o elo de ligação entre os dois estágios, interagindo com
a mente e o processo orgânico do corpo.
Ao estar encarnado não é esta a primeira existência do homem, pois que
já as teve anteriores, trazendo delas tendências e idéias inatas.
Cabe à educação:
- fortalecer e ampliar as boas tendências do
Espírito;
- corrigir suas más tendências;
- direcionar seu caráter para o bem;
- promover o esforço para conquistar virtudes;
- ampliar os horizontes intelectuais.
O
educador espírita deve manter o diálogo aberto; estimular o educando a fazer
uso de suas potencialidades; deve dar-lhe instrumentos que possibilitem a
sensibilidade do sentimento e fornecer-lhe a aplicação prática dos princípios
de vida oferecidos pelo Espiritismo.
Na medida
do possível, objetivando a educação integral do ser, deve procurar unir a
família ao processo educacional da escola, tendo sempre em mente que vida é
educação e, portanto, a coletividade, a família, a escola, o trabalho, a
sexualidade, enfim, tudo o que faz parte da existência terrena educa, na medida
em que promovemos a integração do homem consigo mesmo, tornando-o consciente de
si, de sua perfectibilidade, e também sua integração com o próximo e com Deus,
nosso Pai.
O homem educado no bem e para o bem, numa palavra, moralizado, terá consciência
de como deve proceder, segundo o conselho do apóstolo Paulo de Tarso:
"Tudo me é lícito, mas nem tudo me convém."
Nenhum comentário:
Postar um comentário