terça-feira, 8 de setembro de 2020

A ALEGRIA DE FRANCISCO DE ASSIS – Humildade – Paciência - Simplicidade

 

A ALEGRIA DE FRANCISCO DE ASSIS – Humildade – Paciência - Simplicidade

Raoul Manselli

 

Um dia, o beato Francisco, chamou Frei Leão e disse:

- Frei Leão, escreve:

E este respondeu:

- Estou pronto.

- Em que consiste a verdadeira alegria?

- Vem um mensageiro e diz que todos os mestres de Paris entraram na Ordem: escreve, não é a verdadeira alegria. E depois que todos os prelados além dos Alpes, os arcebispos e bispos e, depois, o rei da França e o rei da Inglaterra fizeram os mesmo, escreve que nisto não está a verdadeira alegria. E depois que os meus frades foram para o meio dos infiéis e os converteram a todos à fé e; depois, que tanta graça de Deus, que curo os enfermos e faço muitos milagres; digo-te que em todas estas coisas não está a verdadeira alegria.

- Mas qual é a verdadeira alegria? Retorno de Perugia, a altas horas da noite, chego aqui e é tempo de inverno com lama e tão frio que das gotas de água se formam pedaços de gelo na extremidade do hábito que batem, sempre, nas pernas e sai sangue de tais feridas. E, totalmente na lama, no frio, no gelo, chego à porta a que bato por longo tempo. Vem um frade e pergunta:

- Quem é?

- Frei Francisco.

E ele diz:

- Vai embora, não é hora oportuna para viajar; não entrarás.

E a mim, que de novo insisto, responde:

- Vai embora, és um homem simples e ignorante; não venhas mais até nós: nós somos tantos e tais que não precisamos de ti.

E eu, de novo, bato à porta e digo:

- Por amor de Deus, acolhe-me nesta noite.

E ele me respondeu:

- Não o farei, vai ao hospício dos crucíferos e pede lá.

Então, Francisco concluiu:

- Digo-te que, se em tudo isto eu tiver paciência e não ficar inquieto, nisso está a verdadeira alegria e verdadeira virtude e salvação da alma.

 

Retirado do livro “A luz dissipa as trevas”

Paulo Daltro de Oliveira

Páginas 39 e 40



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