quinta-feira, 29 de outubro de 2020

APRENDA A ESCREVER NA AREIA – Gratidão – Perdão das ofensas

 

APRENDA A ESCREVER NA AREIA – Gratidão – Perdão das ofensas

 

Dois grandes mercadores árabes, de nomes Amir e Farid, eram muito amigos e sempre que faziam suas viagens para um mercado onde vendiam suas mercadorias, iam juntos, cada qual com sua caravana, seus escravos e empregados.

Numa dessas viagens, ao passarem junto a um rio caudaloso, Farid resolveu banhar-se, pois fazia muito calor. Em dado momento, distraindo-se, foi arrastado pela correnteza. Amir, vendo que seu grande amigo corria risco de vida, atirou-se às águas e, com inaudito esforço, conseguiu salvá-lo.

Após esse episódio, Farid chamou um de seus escravos e mandou que ele gravasse numa rocha ali existente, a seguinte frase: “Aqui, com risco de sua própria vida, Amir salvou seu amigo Farid”.

Ao retornarem, passaram pelo mesmo lugar, onde pararam para rápido repouso. Enquanto conversavam tiveram uma pequena discussão a Amir, alterando-se esbofeteou Farid.

Este se aproximou das margens do rio e, com uma varinha, assim escreveu na areia: “Aqui, por motivos fúteis, Amir esbofeteou seu amigo Farid”.

O escravo que fora encarregado de escrever na pedra o agradecimento de Farid, perguntou-lhe:

- Meu senhor. Quando fostes salvo, mandastes gravar aquele feito numa pedra e agora escreveis na areia o agravo recebido. Por que assim o fazeis?

Farid respondeu-lhe:

- Os atos de bondade, de amor e abnegação devem ser gravados na rocha para que todos aqueles que tiverem oportunidade de tomar conhecimento deles procurem imitá-los. Ao contrário, porém, quando recebemos uma ofensa, devemos escrevê-la na areia, próximo às águas, para que desapareça, levada pela maré, a fim de que ninguém tome conhecimento dela e, acima de tudo, para que qualquer mágoa desapareça prontamente do nosso coração.

 

Revista O Pensamento

Texto retirado do livro: “A luz dissipa as trevas”

de Paulo Daltro de Oliveira

Páginas 89 e 90



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